Nessa manhã de terça-feira (18), começou o julgamento do caso do assassinato brutal do triunfense, Lindolfo Kosmaski, que vai a júri popular. Lindolfo foi morto no dia 1º de maio de 2021, aos 25 anos, em um crime com indício de homofobia. O acusado está preso desde o início do processo. Para a acusação, não há dúvidas de que se trata do autor do crime, já que mentiu por diversas vezes ao longo do processo e escondeu um suposto envolvimento amoroso com a vítima.
O julgamento terá um momento em que a acusação, representada pelo Ministério Público e pela assistente de acusação, e a defesa do acusado, ouvirão as testemunhas e o acusado. A expectativa é de que o acusado seja condenado por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Para Micheli Toporowicz, advogada assistente de acusação que representa a vítima, é importante que a pena seja adequada à crueldade com que o crime foi cometido, demonstrando assim que a sociedade não aceita e repudia tamanha violência.
Lindolfo teve seu corpo totalmente carbonizado, com a intenção de ocultar provas. Para a acusação, a crueldade do assassinato comprova que se trata de crime de ódio contra uma pessoa LGBT.
Professor Lindolfo
Lindolfo nasceu no dia 11 de setembro de 1995, no município de São João do Triunfo, no estado do Paraná, na comunidade de Coxilhão de Santa Rosa. Em 2014, após terminar o ensino médio, participou da Jornada de Agroecologia na Escola Milton Santos (EMS), um centro de formação do MST, no município de Maringá (PR). Também tinha o sonho de cursar medicina. Foi para Escola Latina Americana de Agroecologia (ELAA), na Lapa (PR).
Em 2015 estudou no curso de Licenciatura em Educação do Campo, Ciências da Natureza com ênfase em Agroecologia em parceria com a ELAA e a UFPR/Setor Litoral. Neste período conhece o MST e passa a participar das atividades, se reconhece como gay e começa a participar do Coletivo LGBT do Movimento.
Em 2018, ao concluir o curso volta para sua comunidade, em São João do Triunfo e continua os estudos no Programa de Pós-graduação em Ciências e Matemática, na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Dois anos depois, em 2020, concorre a vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT) no município, para tentar contribuir com a sua comunidade e nesse período também atuava como professor da Rede Estadual de Ensino do Paraná em quatro escolas.
Da redação com informações Coletivo LGBT Nacional do MST
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