Projeto de alteração no Plano dos Servidores é retirado de discussão
9 de abril de 2019
- Atualizado há 5 meses atrás
5 minutos de leitura
Por Redação 97
A sessão da Câmara de Vereadores de São Mateus do Sul teve
grande participação popular, na noite desta segunda-feira (08/04). Servidores
públicos efetivos foram até o Poder Legislativo para ouvir a discussão sobre o
projeto de Lei 012/2019, datado de 4 de abril, que previa fixar “os
padrões de vencimentos para os cargos de provimento efetivo no município de São
Mateus do Sul”.
O presidente da Câmara, Nereu Dal Lago, usou o microfone para
explanar ações frente ao Legislativo, sob seu comando. Ele disse que se
espelhou em presidentes anteriores na economia e contendo gastos. Em relação à
prefeitura, o vereador ressaltou a importância dos servidores públicos de
carreira. “Vocês são as pessoas que vão ficar na prefeitura até a
aposentadoria”, disse.
“Este projeto para mim está colocado uma pedra em cima,
está lacrado”, afirmou ao anunciar que a proposição foi retirada da
Câmara, pela prefeitura. Nereu sinalizou a possibilidade de retornar um novo
projeto, com outras perspectivas visando contratações de novos servidores. Mas,
caso isso venha a ocorrer futuramente, o presidente deu a garantia de que será
amplamente discutido.
A perspectiva de Nereu Dal Lago é de que a legitimidade do Sindicato
dos Servidores Públicos Municipais de São Mateus do Sul (SindiServidores) deve
ser levada em conta, na discussão. Sobre os números relativos ao orçamento do
município, o parlamentar reafirmou que a situação é bem complicada. Com base
nos compromissos obrigatórios, saúde e educação, em especial.
Júlio Balkowski, também, saiu em defesa do funcionalismo e
opinou de que as nomeações de cargos em comissão seguem critérios políticos e
não técnicos. Para tanto, ele pontuou de que entrou em divergência com o executivo,
por conta de falas atribuídas à folha de pagamento. Sugestão do parlamentar é
de haja redução em salários dos comissionados, iniciando pelo próprio prefeito.
As opiniões do vereador foram ácidas em relação à postura da
prefeitura e gestão. Sobre os projetos relacionados ao funcionalismo, Júlio
Balkowski se posicionou em defesa da categoria. “Espero que a paz venha a reinar
em São Mateus do Sul”, frisou. O vereador disse ainda que a gestão pública
tem de levar em cota diversos fatores, mas não pode jogar a culpa na folha de
pagamento.
Fernanda Sardanha, servidora municipal, foi outra
parlamentar discursou em favor dos funcionários públicos, frisando a dedicação
de cada trabalhador. “Acredito que foi tirado pela mobilização dos
servidores”, observou sobre o projeto 012/2019. Na sua avaliação, sem
diálogo e discussão, a proposição foi apresentada e, por ação da categoria que exerceu
pressão, fez com que regredisse.
A vereadora antecipou de que o projeto dificilmente seria
aprovado. Ela disse que havia ilegalidade na proposta, citando exemplo sobre a
afirmação de supressão de até 50% do vencimento básico do servidor público
efetivo e a criação de valor de complemento ao salário a ser pago. “Algo
até então inédito”, conforme a parlamentar, sem referência em outro ente
nas esferas executivas.
Fernanda Sardanha fez uma série de apontamentos ao projeto
que teria vindo à Câmara na última sexta-feira (05/04), dizendo que seria
inconstitucional. “A referida proposição viola diversos princípios
constitucionais. Dentre eles destacamos, o Estado democrático de direito, o
princípio da igualdade, da justiça, da cidadania e da imparcialidade do
concurso público e da moralidade”, frisou.
No seu entendimento, e citando contratações em cargos de
comissão, a vereadora comparou de que por um lado a prefeitura quer reduzir
ganhos de servidores efetivos, mas segue contratando e nomeando comissionados.
Na sua interpretação sobre a proposição retirada de discussão, a vereadora
disse que o projeto iria prejudicar o funcionalismo como um todo, retirando
garantias.
Diante do grande público, e com a Casa de Leis lotada, já de início foi lido o ofício que encaminhou o projeto até à Câmara. Em seguida, outro documento da prefeitura pediu pela retirada de tramitação da proposição. Nereu citou a licença do prefeito, Luiz Adyr Gonçalves Pereira, e anunciou a retirada do projeto da pauta, feita pelo prefeito em exercício José Stuski.
Da redação com informações e fotos de Elias Iensen/Portal e Rádio Cultura Sul FM
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