O professor de artes de um colégio estadual de Curitiba foi denunciado por alunas da instituição por assédio sexual.
Um grupo de mães e pais das estudantes esteve no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), na manhã desta quinta-feira (22), para registrar boletim de ocorrência. O professor já estaria afastado e a delegacia investiga o caso.
Uma das alunas do primeiro ano do ensino médio, acompanhada da mãe, relatou para a reportagem da Banda B que o professor tocava as alunas, olhava os corpos delas e fazia comentários considerados constrangedores. O grupo decidiu tomar providências depois que uma das alunas foi exposta em sala de aula, conta a adolescente.
“Um dia ele pediu pra uma menina sentar no meio da sala em uma cadeira, com as pernas abertas, pra imitar uma arte, pra fingir um orgasmo. Quando aconteceu esse último caso, as meninas se juntaram e fomos falar com o diretor”,
disse.
As situações e “comentários desagradáveis”, segundo a estudante, aconteciam com frequência e podia ser percebido por todos. “Quando a gente queria tirar uma dúvida com ele, ele se abaixava, passava a mão na nossa coxa, no rosto, perto da boca. Um dia pedi pra ir ao banheiro. Quando voltei, os meninos da minha sala que estavam conversando com ele me chamaram e falaram: ‘Olha, ele ficou olhando pro seu corpo e ficou excitado’”
O pai de uma outra aluna, de 15 anos, também do ensino médio, contou que ele e a esposa resolveram dar parte do professor à polícia assim que souberam da existência do grupo das alunas, usado para tratar do assunto.
“Corremos atrás para tomar alguma providência. Em princípio, elas estavam com medo de falar e sofrer represália. Fomos falar com o diretor e foi feita uma ata. São mais de 35 alunos envolvidos que constam na ata, tudo relatado e com o diretor. Tem coisas relatadas lá terríveis”, afirma o pai.
Professor afastado
Segundo os responsáveis pelas estudantes, o diretor informou que o professor foi afastado das atividades. Eles relatam, no entanto, que mesmo assim ele continua frequentando a instituição em um dos períodos.
“Ele tem dois enteados dele que estudam à tarde e ele continua indo levar e buscar na parte da tarde. A gente não se sente seguro em questão de ele querer fazer alguma coisa pra esses alunos por isso que está acontecendo. Já mandados na ouvidoria da Secretaria de Estado da Educação (Seed), pra tomar as devidas providências. Uma pessoa dessa não pode estar em sala de aula, tem que ser exonerada”.
desabafa o pai da aluna.
Uma outra mãe de aluna acredita que as denúncias envolvam cerca de 50 adolescentes. Segundo ela, os casos já estariam refletindo na saúde mental e no comportamento da filha e outras estudantes do colégio.
“A minha filha e pelo menos mais umas dez meninas tiveram mudança de comportamento esse ano. Ansiedade, crise de pânico, inclusive dentro da aula dele. A gente quer que se tome providências, porque esse cara tem que responder criminalmente.”
Com informações da Banda B.