Alguns desafios da cadeia produtiva do tabaco foram apontados na 48ª Expointer, em Esteio – região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A tarifa imposta pelos Estados Unidos da América (EUA) é um desses pontos preocupantes. Apesar de adiantar os embarques, ainda falta enviar mais de 1/3 das exportações previstas. Outro ponto é a regulamentação dos Dispositivos Eletrônicos de Fumar (DEFs) e o contrabando.
O Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) citou os impactos das tarifas estadunidenses nas exportações durante os encontros realizados no Parque de Exposições Assis Brasil, da 48ª Expointer. O setor movimenta a economia de 206 municípios gaúchos e envolve 267 mil pessoas no meio rural somente no Rio Grande do Sul, segundo a entidade, e disso a importância de discutir assuntos relacionados.
A tarifa adicional de 50% ao tabaco brasileiro com destino aos EUA foi um dos destaques da fala do presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, no Seminário Nacional da Cadeia Produtiva do Tabaco, promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo). No ano passado 9% dos embarques brasileiros tiveram como destino o país da América do Norte: 43.889.343 kg. Esse ano a expectativa era de aumentar o volume.
16 mil toneladas aguardam uma solução e seria inviável para o cliente absorver mediante a tarifa adicional de 50%. “Temos trabalhado com foco na sensibilização do governo para reverter a situação porque, caso isso não ocorra, inevitavelmente veremos uma pressão sobre o preço do tabaco na próxima safra”, comentou Thesing. 27.686.671 foram embarcados até o final de agosto, no ano passado eram 26.892.094. Somado à previsão de exportação (mais 16 mil toneladas) apenas 65% foi vendido, e resta mais de 1/3.
Quanto aos DEFs eles são proibidos desde 2009. Mas o “consumo de produtos contrabandeados aumentou significativamente nos últimos anos, passando de 500 mil consumidores, em 2018, para 3 milhões em 2023 (Ipec)”, explica o SindiTabaco. Disso, a citação de que a falta de regulamentação “faz com que o consumidor acabe utilizando produtos contrabandeados”, mesmo sem verificação sanitária ou responsabilização.
Com informações do SindiTabaco, Afubra e Comex Stat e imagem do SindiTabaco.