18 de fevereiro de 2021
- Atualizado há 5 meses atrás
6 minutos de leitura
Por Redação 97
Alcoolismo é uma doença e tem tratamento.
No dia 18 de fevereiro é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo. A data tem o intuito de conscientizar a sociedade sobre os malefícios do consumo exagerado de bebida alcoólica. É considerado alcoólatra, aquele que causa prejuízo social e também pessoal em consequência do abuso da bebida, além de sinais de abstinência e dependência do álcool.
Dados do Ministério da Saúde mostram que a prática de consumir excessivamente bebidas alcoólicas vem crescendo ano a ano no Brasil, que está entre os 10 países com o maior consumo de álcool do mundo. Segundo a avaliação, quase 20% dos brasileiros estão entre os que bebem em excesso.
A responsável pelo Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), de São Mateus do Sul, Mariana Tratch Hertzog, falou sobre o assunto, que ainda tem muito preconceito para ser discutido. “Muitas vezes a pessoa que sofre com o alcoolismo é vista de maneira pejorativa. É uma doença e deve ser tratada. O tratamento se faz em duas frentes, com atendimento médico com psiquiatra que avalia o quadro psíquico do paciente, e no atendimento terapêutico, com psicólogo”, explicou.
Segundo Mariana, as terapias com os atendimentos psicológicos são muito importantes, pois fazem com que os pacientes compreendam e se conscientizem sobre o porquê do habito de beber durante muito tempo, foi visto como uma solução para o paciente. “Em casos mais críticos é recomendado o internamento, onde a pessoa precisa ficar em um hospital ou uma comunidade terapêutica para que o corpo se desintoxique, e depois possa receber uma orientação, e ressignificar o que ela estava fazendo”, comentou.
Outro ponto importante lembrado por Mariana, é sobre o apoio da família nesses casos. “Muitas vezes a família também precisa de tratamento, apoio terapêutico, esse vínculo com familiar para a recuperação é fundamental. Quando vemos uma pessoa que tem problema com alcoolismo não podemos ver ela como uma pessoa sozinha, mas sim em um contexto familiar”, relembrou.
Ela ainda enfatizou a importância da data, sobre falar sobre o tema e discutir sobre esse tema sem preconceito ou rótulos, já que o álcool culturalmente está inserido no dia a dia das famílias, usado muitas vezes para relaxar, desinibir, e com isso ao longo do tempo pode acabar desenvolver sérias doenças. “No Caps estamos de portas abertas para atender á todos. Temos o tratamento ambulatorial e em grupos. Na pandemia muita coisa mudou, mas agora em 2021 queremos estar mais presentes nas comunidades”, frisou.
Quando o Consumo de álcool leva ao alcoolismo?
Para ser considerada doença, é preciso associar três ou mais fatores associados à ingestão de álcool, listados a seguir:
Aumento da tolerância a bebidas alcoólicas, ou seja, a necessidade de ingerir cada vez mais doses antes de se sentir embriagado;
Crises de abstinência ou desconfortos quando não está sob efeito da substância;
Descontrole, isto é, beber mais do que se predispôs antes de começar;
Passar dias seguidos pensando em beber, bebendo ou se recuperando dos efeitos do álcool;
Perder compromissos ou negligenciar tarefas;
Continuar a beber mesmo após reconhecer que tem problemas físicos e/ou psicológicos relacionados ao álcool;
Ter problemas legais e/ou interpessoais por causa de embriaguez;
Beber mesmo em situações que coloquem a si próprio ou a terceiros em risco, como antes de dirigir.
Doenças relacionadas ao uso recorrente de álcool
O álcool é um grande fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças, sendo muitas delas bem graves. Danos no sistema nervoso, gastrites e úlceras, danos hepáticos e câncer são algumas das enfermidades que podem aparecer pelo seu consumo excessivo. Comorbidades médicas e psiquiátricas comuns associadas ao consumo de álcool incluem:
Hipertensão;
Doença cardiovascular;
Doença hepática;
Pancreatite;
Gastrite;
Esofagite;
Supressão da medula óssea;
Neuropatia periférica;
Doenças infecciosas crônicas;
Pneumonia;
Cânceres, como de boca, de esôfago, de garganta, de fígado e de mama;
Doenças depressivas;
Distúrbios de ansiedade;
Transtorno de estresse pós-traumático;
Transtornos alimentares;
Distúrbios do sono;
Estado de coma ou desmaios.
Da redação do Portal Cultura Sul Notícias com áudio disponível na matéria.
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