A confirmação de uma reunião entre o governo estadual e o governo federal para o próximo dia 24 de abril ocorre dias após a forte mobilização popular realizada no sábado (12) no trevo de Paulo Frontin, às margens da BR-476. Com o objetivo de discutir a situação crítica da BR-476. O anúncio renovou a esperança de moradores e lideranças da região, que aguardam com expectativa os desdobramentos do encontro.
O protesto pacífico reuniu representantes de diversos municípios do sul do Paraná e chamou a atenção para as condições precárias da rodovia, marcada por dezenas de acidentes fatais nos últimos anos. Cruzes de madeira fincadas às margens da pista simbolizaram as vidas perdidas, enquanto um minuto de silêncio homenageou as 86 vítimas fatais registradas entre 2020 e abril de 2025 no trecho entre os quilômetros 228 e 359 — que liga São Mateus do Sul, Paulo Frontin, Paula Freitas e União da Vitória.
A mobilização surgiu de forma espontânea, por meio das redes sociais. Em poucos dias, um grupo formado por moradores e usuários da estrada reuniu centenas de participantes, entre eles caminhoneiros, agricultores, lideranças comunitárias e membros da imprensa. Todos unidos por um mesmo propósito: exigir respeito, segurança e investimentos imediatos na infraestrutura da BR-476.
Buracos profundos, acostamentos danificados e sinalização deficiente fazem parte do cenário enfrentado diariamente por quem depende da rodovia. Além dos riscos à vida, os problemas estruturais impactam diretamente o transporte — sobretudo o agrícola — e comprometem o desenvolvimento da região.
Para a população, a reunião marcada para o dia 24 representa uma oportunidade decisiva de mudança. O sentimento agora é de esperança, mas também de vigilância, para que as promessas não fiquem no papel. Enquanto isso, as cruzes à beira da estrada continuam a lembrar o que já se perdeu — e a reforçar a urgência por soluções concretas.
