Em entrevista para o programa Cultura Sul Notícias desta sexta-feira (25), Thaina Ienke de Jesus compartilhou sua emocionante jornada como mãe de Gael, um menino de 4 anos diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em uma conversa aberta e sincera, Thaina falou sobre os desafios que enfrenta no cotidiano, os preconceitos que seu filho já vivenciou, e as pequenas vitórias que tornam a caminhada mais leve e cheia de esperança.
“Eu acho que é ser feliz nos pequenos detalhezinhos, nas pequenas evoluções dele”, afirmou Thaina, destacando a importância de valorizar cada conquista, por menor que seja.

Foto: Arquivo da família enviado ao Portal P97
Porém, ser mãe atípica não é fácil. Thaina descreve como o preconceito a afeta diretamente, principalmente em situações cotidianas. “Já chamaram meu filho de esquisito, já não quiseram brincar com ele”, diz ela, explicando que essas atitudes a machucam profundamente, pois Gael ainda não compreende o que acontece ao seu redor. As manifestações de felicidade de Gael, como movimentos repetitivos e gritos, às vezes geram desconforto em outras pessoas, que não entendem o comportamento do menino.
Superando o preconceito e buscando apoio: a importância da empatia
O preconceito é uma das maiores dificuldades para Thaina. Ela relatou situações, como quando utiliza a fila preferencial por exemplo, em que foi julgada por pessoas que não entendiam o diagnóstico de Gael. “É doloroso, porque a gente sente o olhar das pessoas, mas ainda bem que há aquelas que ajudam”, conta.
Por outro lado, ela mencionou as atitudes positivas que fazem a diferença, como o apoio da psicóloga de Gael, que a acompanha desde o início. “Ela dizia: ‘Calma, a gente vai resolver, você consegue.’ Essas palavras de apoio foram essenciais”, lembra Thaina. O suporte emocional e a compreensão de quem está ao seu lado, incluindo a família e a equipe da APAE, são fundamentais para que Thaina consiga seguir em frente, apesar das dificuldades.
Dicas para outras mães atípicas: calma, paciência e cuidados com si mesma
Thaina deixou uma mensagem de esperança para outras mães que estão passando por situações semelhantes. “Tenham calma, tenham paciência, porque as coisas vão fluir”, afirmou. Ela enfatizou que, ao receber o diagnóstico de TEA, é essencial que a mãe esteja preparada para ser a pessoa que seu filho precisa naquele momento. “Vai chegar o momento em que você vai levar seu filho para a natação, para o balé, mas agora ele precisa que você seja a mãe que ele precisa”, explicou.
- Foto: Arquivo da família enviado ao Portal P97
- Foto: Arquivo da família enviado ao Portal P97
- Foto: Arquivo da família enviado ao Portal P97
Além disso, Thaina ressaltou a importância de cuidar de si mesma. No início, ela se deixou em segundo plano, focando apenas nas necessidades de Gael. Contudo, ao longo do tempo, aprendeu que para cuidar bem do filho, precisa estar emocionalmente bem. “Se a gente não estiver bem, a criança também não vai estar. Então, é importante tirar um tempo para si, ler um livro, assistir a uma série, fazer algo que te relaxe”, recomenda.