Quem diria que uma sugestão despretensiosa do irmão se transformaria em um verdadeiro caso de sucesso na produção artesanal de queijos recheados? Foi assim que a trajetória da Maiara Aparecida Amaro de São João do Triunfo ganhou forma. Em pouco tempo, ela passou de produtora do tradicional queijo porungo (também conhecido como queijo muçarela) para especialista em uma linha ousada e deliciosa de queijos recheados – e tudo começou na cozinha de casa.
“Foi meu irmão que sugeriu: ‘por que você não coloca goiabada dentro do queijo?’”, lembra Maiara, rindo. “No começo eu fazia do meu jeito, e claro, não ficava bom. Até que decidi buscar um curso de verdade, e encontrei uma professora de Cuiabá que me ensinou tudo online.”
Desde então, ela não parou mais. Em maio de 2024, começou a testar receitas. Em agosto, criou a rede social do Sítio Vovô Nésio e lançou os produtos recheados. Em poucos meses, viu as encomendas crescerem, os elogios se multiplicarem, e os produtos ganharem destaque em programa de TV e na mídia regional.
Queijo com recheio? Sim, e de vários sabores!
Hoje, Maiara trabalha com quase dez tipos diferentes de queijos recheados, entre doces e salgados. O mais pedido? O de doce de leite, claro. Mas o seu preferido pessoal é o recheado com Nutella. “É um sabor que me surpreendeu. Eu nem gostava de Nutella antes, e hoje é o meu queridinho”, confessa.
Além dos queijos, Maiara também começou a produzir iogurtes artesanais, todos com geleias naturais feitas por ela mesma. Morango e maracujá são os campeões de vendas, mas a cada mês ela lança um sabor especial, sempre ouvindo os pedidos dos clientes. “A edição de erva-mate com mirtilo foi um sucesso por causa de um programa que a gente participou”, conta.
Paixão, aprendizado e um pouco de coragem
Mesmo sem ser fã de cozinha no início, Maiara encontrou nos queijos um caminho profissional e criativo. “Eu era uma negação na cozinha. Mas quando entrei nesse mundo dos queijos, me apaixonei”, diz. “Tem que gostar do que faz e não ter medo de errar.”
E erros fizeram parte do processo. “Queijo recheado não é só abrir um buraco e colocar o doce dentro. Tem toda uma técnica pra massa, pro ponto certo, pro recheio não vazar. Foi tentativa e erro até acertar”, explica.
Hoje, com a ajuda da mãe, ela produz queijos diariamente — em volumes que chegam a 100 litros de leite por dia. A rotina é puxada, mas gratificante: “A gente nunca teve uma semana tranquila. Graças a Deus, é só correria”, diz ela com um sorriso.
E pra quem quer começar?
Maiara acredita que há muito espaço no mercado para quem quiser seguir esse caminho. “Tem campo, sim. Mas o produto não se vende sozinho. Tem que ir atrás, divulgar, mostrar pro público. As redes sociais foram fundamentais pra mim.”
A dica final da especialista é clara: “Gostar de queijo é meio caminho andado. O resto é se dedicar e não ter medo de inovar”.
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