Dia 30 de janeiro celebra-se o Dia da Saudade no Brasil. Uma data propícia para mergulhar nas profundezas das nossas memórias e reviver lembranças de um tempo que já passou, de uma pessoa que já não temos mais por perto e de quem nós já fomos. Como diria Marisa Monte, “tô com sintoma de saudade”.
Esse sentimento nostálgico – muitas vezes melancólico – sentido por uma pessoa, lugar ou coisa que estão distantes no espaço ou no tempo é uma das palavras intraduzíveis no mundo, ou seja, ‘saudade’ é uma palavra cuja descrição utilizada no português brasileiro cabem apenas ao Brasil. Mesmo que em outros países haja uma tradução correspondente, ainda assim, o significado não é exatamente igual.
Isso ocorre, inclusive, em nações cujo idioma seja do mesmo berço do português, o latim, como o espanhol e o catalão: embora sejam da mesma língua-mãe, os significados atribuídos e usados pelas pessoas não são semelhantes à “saudade” do português brasileiro.
A saudade personifica-se de diversas formas. Ora pela falta, ora pela ausência. Ora pelo riso, ora pelo choro. Às vezes somos surpreendidos por uma música, por um livro, um cheiro, a voz de alguém. A saudade pode ser sorrateira.
A saudade trafega entre o espaço-tempo de forma livre e sem pedágios, e o que resta é sentir; permitir que o saudosismo, geralmente de mãos dadas com a melancolia, preencha nosso coração e nos carregue pelos mares da Memória que há dentro de cada um.
O Dia da Saudade, então, deve servir como um momento para que você reflita sobre sua experiência de vida até aqui e mande uma mensagem para aqueles que você, provavelmente, lembrou enquanto lia essa reportagem.
Para finalizar, um poema de Carlos Drummond de Andrade:
Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Da redação.