O Procon de São Mateus do Sul, traz um alerta importante aos consumidores sobre um fenômeno que vem ocorrendo nas prateleiras dos supermercados: a chamada reduflação, que nada mais é que um produto que aparenta embalagem igual ou muito semelhante ao que era, mas com ingredientes ou quantidade menor.
O termo vem da junção das palavras “redu”, de reduzido, e o “flação”, de inflação, representando a redução da quantidade do produto ou o uso de ingredientes mais baratos mantendo o mesmo preço. A coordenadora do Procon São Mateus do Sul, Maria Izabel de Almeida Augustinhak, falou sobre essa redução das embalagens. “Tem ocorrido constantemente a redução das embalagens pela indústria, mas, nos supermercados, não se sente uma queda nos preços pela redução. As reclamações pelas embalagens menores se multiplicam nos supermercados. E os produtos são os mais variados, de absorventes, leite condensado, refrigerantes, salgadinhos, iogurte a sabão em pó e pacotes de papel higiênico”, destacou a coordenadora.
Após o início da pandemia notou-se um aumento significativo dessa prática. Em centenas de produtos de variedades e marcas diferentes é possível constatar a redução do peso e tamanho. Maria Izabel orienta, que o consumidor preste mais atenção quando se deparar com uma nova embalagem de determinado produto, pois ele pode ser um item de reduflação e não trará o mesmo efeito que o produto original.
A caixa de fósforos da marca Fiat Lux por exemplo, antes tinha 240 unidades, agora apresenta caixa compacta com apenas 200 palitos – 40 a menos. A caixa de ovos, que costumava ter 12 unidades, agora tem dez e o preço se manteve, assim como nas embalagens de barras de chocolate. O pacote de biscoito Bono, da Nestlé, diminuiu seu peso de 140 gramas para 126 gramas (uma redução de 10%) e o pão de forma Pullman diminuiu 4% (de 500g para 480g).
Há produtos ainda, que estão ganhando novas versões. O famoso leite condensado Moça, da Nestlé, ganhou recentemente uma fórmula mais econômica. O novo produto, que é descrito como uma “mistura láctea condensada de leite, soro de leite e amido”, é vendido em uma embalagem parecida com a original. Clientes reclamaram nas redes sociais e alegam que são levados ao erro pela semelhança entre as caixas.
De acordo com o Órgão de Defesa do Consumidor, a famosa “maquiagem de produto” é uma prática recorrente e abusiva do mercado em momento de aumento de inflação. A indústria adota essa prática para não expor a própria imagem, ocultando o aumento do preço com a redução das embalagens.
O que diz a lei e como denunciar – As empresas podem alterar a quantidade ou os ingredientes de um produto. Porém, a lei brasileira determina que é necessário o aviso da mudança de forma clara, precisa e ostensiva. De acordo com a Portaria 392 (de 29 de setembro de 2021) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, as informações sobre as alterações de quantidades devem ficar expostas por pelo menos seis meses a partir da redução do peso.
Consumidores devem ser informados sobre a quantidade anterior e a atual com ênfase na mudança do peso da embalagem. As informações devem constar em local de rápida e fácil visualização, em negrito, texto caixa alta e em cor que contrasta com o resto da embalagem. A redução deve ser informada, tanto de forma percentual quanto de forma absoluta. Quem descumprir essa regra tem que pagar multa.
