A partir desta semana, o governo da Venezuela voltou a cobrar tarifas de importação sobre produtos brasileiros, em uma decisão que pegou o setor exportador de surpresa. A medida foi revelada entre os dias 24 e 25 de julho, quando empresários e transportadores começaram a relatar a cobrança de taxas que variam entre 15% e 77%, mesmo para mercadorias que antes eram isentas devido ao Acordo de Complementação Econômica (ACE-69), em vigor desde 2014.
Segundo a reportagem da VEJA, os certificados de origem das cargas brasileiras, exigidos para garantir a isenção tarifária, passaram a ser rejeitados pelas autoridades venezuelanas, sem aviso prévio. Com isso, produtos que tradicionalmente cruzavam a fronteira com isenção passaram a ser taxados como se não houvesse acordo vigente.
A Revista Oeste (R7) reforça que a situação tem causado grande preocupação entre exportadores, especialmente em Roraima, que mantém uma relação comercial intensa com o país vizinho. A medida unilateral por parte da Venezuela é vista como uma violação do tratado vigente e ameaça diretamente o fluxo de exportações entre os dois países.
Em resposta, o governo brasileiro já solicitou esclarecimentos formais por meio do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Diplomatas brasileiros foram acionados para entender os motivos da mudança repentina e tentar negociar uma reversão da medida.
A imposição das tarifas afeta principalmente setores de alimentos, produtos de higiene, vestuário e itens de consumo popular, que tradicionalmente encontram na Venezuela um mercado importante de escoamento.
