No 15 dia de maio o Governo Federal “definiu os parâmetros para a importação de arroz beneficiado pela Conab [Companhia Nacional de Abastecimento]. A partir da Medida Provisória nº 1.217/2024”. A ação zerou a tarifa de importação de arroz para além dos países da América do Sul, com a justificativa de evitar desabastecimento por conta das enchentes no Rio Grande do Sul.
Mas a safra de arroz 2023/2024, no Rio Grande do Sul, deve alcançar cerca de 7.149.691 toneladas, conforme dados divulgados pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). Mesmo com as perdas das inundações desse mês de maio, o volume previsto é bem próximo ao da safra anterior, que registrou 7.239.000 toneladas.
A queda de apenas 1,23% em relação à safra anterior, nessa estimativa, derruba a tese do Governo Federal e confirma a autossuficiência do arroz gaúcho no mercado brasileiro, “tornando desnecessária a importação do grão”, conforme defende o Governo Gaúcho e entidades ligadas aos produtores do Rio Grande do Sul. Mais que isso, desestimulam os produtores.
“O governo do presidente Lula garante um preço mais justo aos consumidores brasileiros: arroz a R$ 4 o quilo. Esse é o preço que o consumidor vai pagar do arroz que o governo brasileiro está importando, para abastecer o mercado nacional. Vai fazer com que diminua o custo de vida”, argumentou o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.
Ao passo que o presidente da Federação dos Produtores de Arroz (Federarroz), Alexandre Velho, destaca a necessidade de créditos para recuperar as estruturas prejudicadas com as enchentes e entende a medida como prejudicial. “A retirada da TEC desestimula o produtor e pode levar a uma nova redução da área cultivada no estado. Vender arroz a R$ 4,00 significa que o produtor receberá abaixo do custo de produção, tornando a atividade inviável”, alertou.
Isso porque o Governo Lula autoriza a possibilidade de importar até um milhão de toneladas de arroz por meio de leilões públicos, ao longo de 2024. A decisão não leva em conta as estimativas gaúchas onde se aponta a perda da safra atual praticamente idêntica à anterior, “garantindo que não haverá desabastecimento de arroz”, na avaliação do Governo Gaúcho e entidades. Ignorada por Lula.
Portal 97 com informações do Governo Gaúcho, Fedearroz e Governo Federal e imagem/Fedearroz reprodução.
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