“Remédios caseiros”: aprendendo com o passado para combater problemas futuros
1 de novembro de 2021
- Atualizado há 5 meses atrás
12 minutos de leitura
Por Redação 97
Foto: Portal Maratimba
Uma fitoterapia esquecida, as ervas medicinais estão pendendo seu espaço? Ela pode nos ajudar no combate a depressão e ansiedade? Estudantes de Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), desenvolveram uma pesquisa para saber quais os problemas de saúde podemos “curar ou diminuir” com a ajuda de ervas medicinais. Segundo o estudo, dentro desse pensamento conseguimos encontrar diversas doenças e problemas de saúde que com o conhecimento dos mais velhos conseguimos minimizar, desde dores de cabeça até doenças como câncer.
Dito isso, não conseguiríamos dar conta da quantidade tão grande de ervas e doenças pré-existentes que existem, então o estudo focou somente em duas doenças que atingem boa parte da população mundial, principalmente no cenário que vemos atualmente de pandemia, essas doenças são: ansiedade e depressão. O primeiro questionamento que vem à nossa mente quando ouvimos a palavra “ansiedade” e “depressão” é: o que elas são e como tratar?
A ansiedade é um conjunto de doenças psiquiátricas que geralmente estão associadas com pensamentos excessivos ou constante pensamento de que algo ruim vai acontecer. Geralmente quando ocorre nas pessoas uma crise de ansiedade elas não conseguem se prender ao presente e entender o que está acontecendo, esta crise pode causar até problemas físicos como sudorese ou arritmia cardíaca, mas isso depende das circunstâncias ou intensidade.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2019, cerca de 9,4%, dos brasileiros podem ter tal doença, mas ter ansiedade não quer dizer que tenha transtornos de ansiedade, já que a ansiedade é algo que passa em poucos minutos e o transtorno de ansiedade pode permanecer por algumas horas. A utilização de plantas medicinais vem se destacando nos últimos anos, devido à busca de métodos mais naturais para prevenção de doenças. Essas políticas visam ter mais opções terapêuticas com acesso às plantas medicinais e fitoterápicos, com garantia, segurança e eficácia, sendo utilizadas inclusive pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
É importante frisar, que o diagnóstico de uma doença deve ser feito somente por médicos da área, como psicólogos ou psiquiatras, e sempre que o paciente apresentar qualquer problema relacionado a isso, é de extrema importância procurar um médico. Já a depressão é um transtorno afetivo caracterizado por uma tristeza profunda e de longa duração. Cerca de 5% da população em geral tem depressão, segundo os dados da OMS de 2017, por isso a depressão e a ansiedade são julgadas como o mal do século, já que atingem tantas pessoas ao mesmo tempo.
Assim como a ansiedade, a depressão não pode ser curada rapidamente e geralmente é uma tristeza que dura dias, meses ou até anos se não for tratada. Pessoas com depressão podem sofrer muito ao ponto de não conseguirem trabalhar, estudar ou sequer sair de suas camas, pois a tristeza e solidão que sentem é muito intensa. Muitos casos de depressão são por conta de traumas e experiências de vida frustradas.
Ambas doenças são constantemente definidas e mencionadas como algo que não há solução, portanto, sem uma cura imediata e/ou de curto prazo que pode inclusive apresentar pioras ao paciente. Existem tratamentos para auxiliar as pessoas que convivem constantemente com essas doenças. Inicialmente o que se deve realizar é procurar ajuda de um profissional. Se o paciente se sente motivado e esperançoso em buscar por uma melhora e por toda a ajuda possível, isso facilitará no tratamento desde o início.
Medicamentos para Depressão e Ansiedade
Pode-se citar que a forma mais comum de ação a essas doenças se dá através de medicamentos industrializados, os quais se não forem bem controlados, podem ter efeitos negativos durante o tratamento e até causar dependência. Muitas pessoas acabam por buscar tratamentos caseiros em alguns casos indicados por um profissional da saúde ou por pessoas que praticam a medicina tradicional que busca auxílio de chás, entre diferentes remédios de baixo custo e de fácil acesso. Estes medicamentos também podem trazer benefícios aos pacientes.
Sabe-se que cada caso é um caso, quando feito um diagnóstico após o contato com o médico, sem um diagnóstico feito com um especialista, não há como saber qual o melhor tratamento e se as melhoras podem ser logo atingidas ou levar um longo prazo de tempo. Para que o resultado seja alcançado com êxito, as mudanças cotidianas serão afetadas, medicamentos são anexados durante determinados horários do dia e acompanhamentos psicológicos são bastante comuns, ou seja, é possível compreender que o tratamento mais comum além dos medicamentos, é o acompanhamento profissional que servirá como base para melhora dos pacientes.
A depressão caminha junto da ansiedade, por esse motivo os tratamentos acabam sendo longos e os investimentos são maiores por envolver duas causas, e aqui então entra a ajuda psicológica e psiquiátrica. Como alternativa ao uso de ansiolíticos e antidepressivos, que podem causar efeitos colaterais e até DEPENDÊNCIA, alguns especialistas apontam para os fitoterápicos, que são feitos com plantas e agem de forma semelhante às drogas sintéticas, como explicou um artigo da ‘Super Abril de 2018’. No entanto, vale esclarecer uma confusão corriqueira. “Os fitoterápicos, como todo medicamento, passam por uma série de pesquisas para comprovação de sua eficácia (Fluoxetina; Escitalopram; Mirtazapina; Citalopram; Diazepam; Bromazepam.; Alprazolam; Lorazepam; Agomelatina; Benzodiazepina; Citalopram; entre milhares outros).
Existe também o uso de plantas medicinais que são preparadas em forma de chás”. Existem diversos medicamentos que são usados para o controle da depressão e ansiedade são podemos citar alguns tais como chá de hortelã, chá de boldo, chá de camomila, chá de melissa, entre outros. Na hora de comprar fitoterápicos, procure ficar atento ao rótulo do produto. Nele, há o número de registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. “Para ser registrado, o remédio deve passar por testes que comprovam sua eficácia, segurança e qualidade”, esclarece Mônica Soares, especialista em regulação de fitoterápicos da Anvisa. Se as crises não são graves, os chás podem ser uma aposta certeira. “Os princípios ativos estão presentes de maneira mais branda, o que reduz a probabilidade de complicações”, atesta o psicobiólogo Ricardo Tabach, da Universidade Federal de São Paulo.
Mesmo sendo de origem natural, os fitoterápicos devem ser consumidos com cautela, pois as plantas possuem substâncias químicas capazes de reagir de maneira indesejada com medicamentos alopáticos comuns. A orientação médica é indispensável. O uso das plantas é contraindicado para gestantes, mães que estão amamentando e crianças menores de três anos.
Depoimentos de pessoas que usam fitoterápicos
“Quando sinto alguma coisa sempre prefiro recorrer a esses métodos e tenho resultados positivos”. (Camila Machado)
“Por muitas vezes minha filha passou por crises de ansiedade e fez o uso de melissa, que por muitas vezes a ajudou”. (Terezinha Tozetto)
“Quando tinha 4 anos fui diagnosticada com começo de Leucemia, fui a vários médicos todos com a mesma opinião sobre o tratamento, minha mãe que sempre acreditou em remédios caseiros me levou a uma “curandeira” que me fez uma garrafada, toda com remédios caseiros, tomei durante alguns meses, fui levada ao médico novamente e mediante a novos exames foi comprovado que meu sangue estava limpo e sem vestígios nenhum da doença, e os deixando sem entender como aquilo era possível. Hoje em dia sou muito grata por ter tido a oportunidade de me curar através de um remédio caseiro”. (Sabrina Mariana)
“Camomila ajuda no tratamento de estresse”. (Claudia Menon)
“Chá de hortelã …. é um dos chás que pelo menos duas vezes na semana eu faço”. (Delma Silva)
Depoimento uma profissional da área da saúde
“Atualmente, é notável a crescente busca pelo conhecimento a respeito dos efeitos das plantas medicinais, na nossa saúde. Variando entre formas de uso e de preparo. Geralmente, o uso mais comum é em forma de chá”, explicou a Nutricionista Mariana Gaertner.
Formas de comércio das ervas
As plantas medicinais também se configuram como uma importante possibilidade de fonte de renda, a comercialização destas pode se tornar extremamente atrativo economicamente, segundo a Associação Brasileira das empresas do setor fitoterápico em 2007 o setor movimentou cerca de R$1 bilhão de reais. A maior parte da produção de plantas medicinais in natura ainda está diretamente ligada com a indústria do extrativismo.
Entretanto, o cultivo doméstico e em pequenas propriedades da agricultura camponesa também tem seu espaço se configurando como uma boa alternativa aos pequenos produtores sejam espécies nativas da flora brasileira ou até mesmo exóticas. O estado do Paraná se destaca pela tradição no cultivo e comercialização de plantas medicinais uma das principais é a erva mate. além disso, a produção de camomila, por exemplo, na região de Curitiba já tem legado de cerca de um século.
A produção de plantas medicinais ocorre em aproximadamente 100 municípios do estado paranaense. Nestes municípios 89% dos produtores consideram a atividade rentável e/ou com expectativa de expansão, apenas 11% consideram uma atividade de baixa lucratividade. Isso demonstra o crescimento do mercado de plantas medicinais e a expansão da oferta e demanda, pelo menos no cenário estadual, segundo dados da Agência Estadual de Notícias.
Texto e pesquisa de Alessandra Mayer de Lima, Diego Ronaldo, Gislaine Gebiluka, Leandro Castro, orientados pela Professora Doutora do departamento de geografia da UEPG, Karin Linete Hornes.
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