O Tesouro Nacional anunciou, nesta quinta-feira (20), a suspensão de novas contratações de financiamentos com subvenção federal nas linhas do Plano Safra 2024/2025. A medida entra em vigor a partir desta sexta-feira, com exceção das operações de custeio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que continuarão disponíveis.
Os financiamentos foram suspensos por conta do atraso na aprovação do Orçamento de 2025, o que impede a execução de algumas políticas públicas. O projeto deveria ter sido aprovado em dezembro, mas a previsão é que só seja analisado em março.
A decisão foi comunicada por meio de um ofício enviado a 25 instituições financeiras que operam com recursos equalizados e reflete o aumento expressivo dos gastos do governo devido à alta da Taxa Selic, atualmente em 13,25%.
No documento, o Tesouro Nacional explicou que a revisão dos parâmetros econômicos e das projeções de gastos para 2025 tornou necessária uma reavaliação da política de equalização de juros do crédito rural.
A interrupção do financiamento subsidiado pode gerar impactos no setor agrícola, já que a medida pode dificultar o acesso dos produtores rurais ao crédito e elevar custos de produtores.
O Ministério da Fazenda justificou a suspensão como uma consequência do aumento da taxa básica de juros, que elevou os custos da equalização de crédito no Plano Safra 2024/2025.
“A suspensão temporária das linhas de crédito com recursos equalizados do Plano Safra 24/25 se fez necessária em função da elevação da taxa básica de juros, o que resultou no aumento do custo de equalização de crédito do Plano Safra 24/25”, afirmou, em nota, a pasta chefiada por Fernando Haddad (PT).
O órgão destacou que, para garantir o acesso ao crédito rural aos agricultores familiares, as operações de custeio do Pronaf foram mantidas, dada sua importância para a produção de alimentos. Já as demais linhas equalizadas permanecerão suspensas até a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 e a realização dos ajustes necessários diante do impacto das novas projeções relacionadas à Selic.
Fonte: O Globo e Carta Capital