O Paraná vem despontando este ano como principal Estado exportador de mel. No primeiro semestre deste ano, exportou 4.987 toneladas, um aumento de 57% sobre o volume exportado em igual período do ano passado, que somou 3.174 toneladas, segundo dados apontados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
De janeiro a junho, o Brasil exportou 20.262 toneladas do produto, volume 77% maior do que foi exportado em 2019 que atingiu, no mesmo período, a marca de 11.429 toneladas.
Considerando o período de janeiro a maio deste ano, o volume exportado gerou uma receita cambial de US$ 30,478 milhões, 72,8% a mais que em igual período de 2019 que foi de US$ 23,491 milhões.
No Paraná, o faturamento obtido pelas empresas exportadoras, no mesmo período, atingiu US$ 7,725 milhões, considerando o preço médio de US$ 1,84 o quilo. Assim, o faturamento deste ano foi 16,2% maior que em igual período do ano passado.
A Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel) credita o aumento das exportações brasileiras à pandemia do coronavírus. Segundo a gerente da entidade, Suelen de Palma Tomazella, a demanda por produtos derivados das abelhas aumentou em todo o mundo, demonstrando que as pessoas estão em busca de novos hábitos alimentares saudáveis, evidenciando o aumento neste período na procura pelo mel orgânico brasileiro, como também pelo própolis.
Tomazella salientou que a pandemia gerou as mudanças de comportamento de consumo e os novos hábitos alimentares em todo o mundo, visto que o consumidor tem passado a maior parte do tempo dentro de casa, possibilitando a escolha e o consumo de produtos com melhor qualidade para sua família em detrimento aos produtos oferecidos em foodservice (bares, lanchonetes, restaurantes).
O mel orgânico brasileiro está amplamente distribuído nas prateleiras de supermercados norte-americanos e europeus e está consolidando seu lugar nas mesas de todo o mundo. Neste ano, as exportações foram principalmente para os Estados Unidos e Alemanha, mas pode ser destacado também as vendas para o Canadá, Bélgica, Holanda, Austrália e Dinamarca.
A partir do segundo semestre de 2017 até o terceiro trimestre de 2019 houve uma queda significativa dos preços em decorrência do grande aumento de ofertas de mel de países asiáticos a preços muito baixos. No último trimestre de 2019 os preços voltaram a subir. Tomazella destacou que no primeiro semestre de 2020 o setor bateu recorde de exportações, comparado ao mesmo período em 2019.
Para ela, a expectativa é que se mantenha o aumento do consumo pós pandemia, porém com tendência a uma fase de estabilização de mercado. Tudo irá depender das condições da próxima safra de mel no Brasil e como estará o cenário mercadológico mundial.
No primeiro semestre de 2020 as exportações atingiram números expressivos e apontam as empresas exportadoras do Paraná à frente de empresas dos outros estados brasileiros. “É importante salientar que o mel exportado pelas empresas do Estado não é oriundo somente do Paraná, pois os entrepostos exportadores compram os produtos de todos estados brasileiros. Além disso a relevância dos números faz com que o brasileiro cada vez mais reconheça a qualidade dos nossos produtos apícolas, que já são reconhecidos em todo o mundo” destacou a gerente.
A Abemel é a entidade com maior representatividade das empresas beneficiadoras e exportadoras de produtos apícolas do Brasil. Atualmente os valores exportados dos associados da Abemel representam 80% de toda a exportação de mel brasileiro.
PRODUÇÃO BRASILEIRA E PARANAENSE – A apicultura caracteriza-se pela exploração econômica e racional da abelha do gênero Apis e espécie Apis mellifera. É uma atividade de reconhecida importância na geração de emprego e renda, fator de diversificação da propriedade rural e proporciona benefícios sociais, econômicos e ecológicos – ambientais.
Segundo a pesquisa pecuária municipal do IBGE – 2018 – a produção brasileira de mel atingiu volume de 42.346 toneladas em 2018. O Paraná é o segundo maior produtor de mel, com uma produção de 6.294 toneladas, que correspondeu a 15% da produção nacional naquele ano.
Tradicionalmente o primeiro produtor de mel é o estado do Rio Grande do Sul, que em 2018 apresentou uma produção de 6.428 toneladas.
Conforme acompanhamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná, a apicultura atravessa seu período de entressafra (outono/inverno) da produção de mel e produtos apícolas (pólen, própolis e geleia real).
Em junho e julho, época de escassez de flores, observa-se as colmeias, e se necessário é feita a reposição de alimento proteico para manutenção da colmeia; e verificação da reserva de mel e, se necessário, é fornecido alimento energético; e inicia-se, de acordo com a região, o fornecimento de alimentação para estimular a postura, 40 a 60 dias antes das grandes floradas (primavera/verão), dentre outras atividades, explicou o médico veterinário do Deral, Roberto Carlos de Andrade.
FATURAMENTO – Além do Paraná, outros estados são importantes exportadores, como Santa Catarina, São Paulo, Piauí e Minas Gerais.
O preço médio nacional do mel atingiu o valor de US$ 1.945,25/tonelada (US$ 1,95/Kg), 25,93%, a menos que o valor médio de igual período do ano de 2019 (US$ 2.591,10/tonelada (US$ 2,59/Kg). Cerca de 80% de todo o volume de mel exportado este ano tem como principal destino os Estados Unidos.
Foi exportado um total de 15.562 toneladas, que proporcionou às empresas brasileiras um faturamento bruto de US$ 23,912 milhões e preço médio de US$ 1,90 o quilo.
Em 2019, o Brasil exportou 30.039 toneladas de mel, gerando receita cambial de US$ 68,384 milhões. Na comparação com o ano anterior (2018) o volume exportado foi maior em 5,31% mas a receita caiu 28,32%. Foi exportado um total de 28.524 toneladas, com receita cambial de US$ 95,407 milhões.
AEN