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O campo diante de uma nova realidade: o Crédito de Carbono

17 de setembro de 2025 - Atualizado há 2 horas atrás
4 minutos de leitura

Por P97

O campo diante de uma nova realidade: o Crédito de Carbono

Por Emerson Bacil – “Vamos ao que interessa”

O homem do campo está sempre atento às intempéries, ao preço da commodities, aos custos de produção. Mas uma nova frente, silenciosa e global, avança e se tornará uma das mais cruciais para a agricultura nas próximas décadas: a questão do crédito de carbono. Essa não é uma discussão distante ou teórica: é uma realidade econômica tangível que já começa a moldar o agronegócio mundial, e o produtor rural de Irati e região precisa se preparar agora.

O que é?

De forma simplificada, o crédito de carbono é um certificado que comprova que uma tonelada de gás carbônico (CO²) ou equivalente foi removida da atmosfera ou deixou de ser emitida. Quem conserva e regenera o meio ambiente, portanto, gera um ativo ambiental valioso que pode ser comercializado no mercado internacional. E aqui está a grande oportunidade para o agricultor: além de ser uma exigência que pode chegar em breve para acessar certos mercados, é, sobretudo, uma fonte de renda adicional extremamente lucrativa.

Muitos acreditam que apenas grandes florestas intocadas geram esses créditos. É um engano. A erva-mate, base de nossa economia regional, é uma grande aliada. Seus cultivos, quando manejados de forma sustentável, sequestram carbono. A mesma lógica se aplica à fumicultura, onde as plantas de tabaco em crescimento realizam esse processo. Até mesmo os dejetos de granjas suínas e avícolas entram nessa equação. A amônia e o metano liberados são gases de efeito estufa potentíssimos. Tecnologias para capturar esses gases e transformá-los em biogás ou adubo já existem – e esse processo gera créditos de carbono.

Os benefícios imediatos são claros. Empresas e fundos globais que negociam esses créditos estão oferecendo taxas de juros menores para financiamentos à propriedades que já estão com sua situação regularizada ou “zerada” em carbono. Uma fazenda que comprova ser neutra ou negativa em emissões valoriza-se significativamente no mercado, podendo receber um “selo verde” que abre portas para consumidores mais exigentes aqui e no exterior.

Olhando para o futuro próximo, é uma tendência irreversível que o crédito de carbono se torne uma moeda de troca. Será perfeitamente possível utilizar a venda desses créditos para dar entrada na compra de um veículo novo, de um maquinário agrícola ou, até mesmo, para adquirir uma nova propriedade. Quem se antecipar e se estruturar colherá os frutos dessa nova economia verde.

Por isso, alerto, meus amigos produtores: informem-se. Busquem conhecimento. Acompanhem a evolução das regras e exigências. É preciso enxergar a propriedade rural não apenas como produtora de grãos, carne ou erva-mate, mas também como uma geradora de ativos ambientais.

Eu, Emerson Bacil, sempre defendi em minha coluna e no programa de rádio Fim de Semana um modelo de desenvolvimento que concilie produção, renda e preservação. Sou a favor da floresta em pé, mas também do corte consciente e da recompensa por manter a natureza preservada. O crédito de carbono é a materialização financeira desse conceito. É a prova de que conservar não é um custo, mas sim um investimento lucrativo e essencial para garantir a rentabilidade e a perpetuidade do nosso campo.

Fiquem atentos! O futuro do agronegócio será verde, ou não será, na região a empresa GPX e GLA é um exemplo de empresas preparadas para auxiliar o produtor rural.

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