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Legado de Cid Moreira: da televisão à rádio, uma trajetória que transformou a comunicação

3 de outubro de 2024 - Atualizado há 4 meses atrás
7 minutos de leitura

Por P97

Legado de Cid Moreira: da televisão à rádio, uma trajetória que transformou a comunicação

Cid Moreira faleceu nesta quinta-feira (3), aos 97 anos, no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Ele estava internado desde 4 de setembro, devido a complicações de saúde, incluindo insuficiência renal crônica, que evoluiu para falência múltipla dos órgãos. Seu corpo será enterrado em Taubaté, sua cidade natal, e a data da cerimônia de despedida ainda não foi divulgada.

A contribuição de Cid Moreira à comunicação brasileira é inegável. Ele não apenas moldou o jornalismo televisivo, mas também deixou um legado imensurável com suas gravações bíblicas e sua paixão por compartilhar conhecimento.

Foto: Reprodução de redes sociais

Cid Moreira é lembrado não apenas por sua voz marcante, mas também por sua dedicação em compartilhar conhecimento e inspirar outras pessoas.

A vida e carreira de Cid Moreira são um testemunho de sua paixão pela comunicação e pelo poder da informação. Seu impacto na mídia brasileira é indiscutível, e sua nova estação de rádio, a Rádio Conhecer, promete perpetuar essa influência, proporcionando um espaço para o aprendizado e a reflexão, sempre alinhada aos valores que marcaram sua longa e ilustre carreira.

Uma Trajetória Marcante

Cid Moreira nasceu em Taubaté, no Vale do Paraíba, em 1927. Ele começou sua carreira no rádio aos 17 anos, em 1944, na Rádio Difusora de Taubaté. Desde o início, destacou-se por sua habilidade de comunicação e carisma, tornando-se rapidamente um nome conhecido nas ondas do rádio. Nos anos seguintes, trabalhou em várias emissoras, incluindo a Rádio Bandeirantes e a Propago Publicidade.

Em 1951, Cid se transferiu para o Rio de Janeiro e foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Durante esse período, teve suas primeiras experiências na televisão, apresentando comerciais ao vivo em programas como “Além da Imaginação” e “Noite de Gala”, na TV Rio. Essa transição do rádio para a televisão se tornaria um marco em sua carreira.

A estreia de Cid Moreira como locutor de noticiários foi em 1963, no “Jornal de Vanguarda”, da TV Rio, e, a partir daí, ele consolidou sua presença na televisão, trabalhando em diversas emissoras. Em 1969, voltou à Globo para substituir Luís Jatobá no “Jornal da Globo”, que ia ao ar às 19h45. No mesmo ano, foi escalado para a equipe do recém-lançado “Jornal Nacional” (JN), o primeiro telejornal transmitido em rede no Brasil. A estreia do JN ocorreu em setembro de 1969, e Cid dividiu a bancada com Hilton Gomes.

Cid Moreira frequentemente lembrava do nervosismo que sentiu na estreia daquele que se tornaria o principal telejornal da televisão brasileira. “Eu chegava no horário de fazer o jornal, não participava da redação. Eu só ia para apresentar o jornal. Naquele dia, cheguei e vi aquele nervosismo, todo mundo preocupado. E, para mim, era normal. Mas no dia seguinte, vi na capa do jornal O Globo: ‘Jornal Nacional…’ Aí comecei a perceber a dimensão”, contou ao Memória Globo.

Durante 26 anos, Cid foi o principal rosto do JN, e sua voz tornou-se sinônimo de credibilidade. Seu famoso “boa-noite” diário marcou a história da televisão brasileira, e muitos telespectadores se lembram com carinho de suas apresentações. Em 1996, uma reformulação do programa trouxe novos apresentadores, como William Bonner e Lillian Witte Fibe, mas Cid continuou a contribuir para o programa, dedicando-se à leitura de editoriais.

 A versatilidade de Cid Moreira

Além de sua icônica presença no telejornalismo, Cid também participou do programa Fantástico desde sua estreia, em 1973, revezando com outros apresentadores. Em 1999, ele narrou o famoso quadro de Mr. M, que se tornou um grande sucesso do programa. Sua voz icônica ficou tão ligada ao quadro que ele entrevistou o próprio Mr. M quando o ilusionista visitou o Brasil no ano seguinte.

A partir da década de 1990, Cid começou a se dedicar à gravação de salmos bíblicos e a projetos relacionados à literatura cristã. Em 2011, realizou o sonho de gravar a Bíblia na íntegra, um projeto que se tornou um grande sucesso de vendas. Ele também lançou álbuns em que narrava salmos e trechos da Bíblia, com títulos como “Quem é Jesus?”, “Momentos do Velho Testamento” e “Oração da Minha Vida”.

Em 2010, a biografia “Boa Noite – Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil”, escrita por sua esposa, Fátima Sampaio Moreira, foi lançada, retratando sua vida e carreira. Durante a Copa do Mundo daquele ano, ele gravou a famosa vinheta “Jabulaaani!” para a cobertura do “Fantástico” e programas esportivos da Globo, adicionando mais um capítulo à sua ilustre carreira.

O dia em que Cid Moreira apresentou o Jornal Nacional de terno e bermuda

Cid se divertia com a curiosidade do público sobre o figurino que ficava fora do enquadramento da bancada do “Jornal Nacional”. Ao longo dos 27 anos em que o dono do icônico “boa noite” apresentou o telejornal do horário nobre da Globo, apenas uma vez, ele garantiu, que usou uma bermuda no lugar da calça comprida com o terno.

O locutor contou, durante participação no programa “Altas Horas” (2023), que em um sábado de Carnaval havia jogado tênis, esporte pelo qual era apaixonado, até às 14h. Após o jogo, em Itaipava, Região Serrana do Rio, Cid pegou o carro e seguiu para a emissora, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio de Janeiro.

“Caiu uma chuva imensa, a estrada fechou e precisei voltar por outro caminho. Quando cheguei, faltavam alguns minutos para o jornal ir ao ar. A Alice Maria, diretora na época, estava comendo as unhas e o Leo Batista já estava na bancada”, lembrou ele, dizendo que faltavam 5 minutos e só teve tempo de trocar a parte de cima.

“Eu tenho pesadelos com isso até hoje. Sonho com isso”, disse em outra ocasião.

Respeito ao Legado de Cid Moreira

A Rádio Cultura e o Portal P97 se unem em homenagem a Cid Moreira, cuja voz icônica e contribuição à comunicação brasileira deixaram um legado duradouro. Sentimos sua influência em cada palavra transmitida e em cada notícia que chegou aos lares brasileiros.

Cid foi mais do que um apresentador; ele foi uma referência de credibilidade e carisma, moldando o jornalismo como o conhecemos. Sua paixão pela informação e pelo conhecimento inspirou gerações. Que sua memória continue a ecoar em nossos corações e que sua voz permaneça viva em nossa cultura. Descanse em paz, Cid Moreira.

Fonte: G1/CNN/GShow/PortalP97

 

 

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