O iratiense Marcos Aurélio Grichinski, que atualmente mora em Imbituva, percorreu a pé aproximadamente 153 quilômetros entre Fernandes Pinheiro e Curitiba em um gesto de fé e gratidão. A caminhada teve como destino o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, onde participou da Festa de Jesus das Santas Chagas e se encontrou com o padre Reginaldo Manzotti.
Marcos iniciou a peregrinação na terça-feira, 23 de setembro, saindo da casa da mãe em Fernandes Pinheiro, e chegou ao santuário no sábado (27), após cinco dias de caminhada. A promessa havia sido feita um ano antes, quando ele participou de uma missa no local e sentiu o desejo de realizar o trajeto a pé.
Promessa feita no santuário
A caminhada de fé de Marcos Aurélio Grichinski começou com uma inspiração durante uma missa. “Exatamente no dia 29 de setembro de 2024, eu estava com a minha mãe no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, e no meio da missa do padre Reginaldo Manzotti eu senti algo que eu teria que fazer essa peregrinação. Eu fiz uma promessa lá dentro do santuário, que em 2025, nas festas das Santas Chagas, eu iria de Fernandes Pinheiro até o santuário a pé”, contou.
Morador de Imbituva, Marcos decidiu cumprir a promessa como forma de agradecimento pelas bênçãos recebidas ao longo do ano. “Muitas pessoas me perguntaram o que eu havia pedido para pagar essa promessa. Eu não pedi nada. Eu falei com Deus que eu iria fazer essa peregrinação em agradecimento a todas as bênçãos que eu recebesse durante o ano.”
Superação e fé
A jornada também marcou uma vitória pessoal. Marcos revelou que enfrentou por anos uma depressão profunda e que hoje se considera curado. “Passei por muitos anos por uma depressão profunda. Tomava cinco medicamentos, inclusive dois para dormir, e já nos últimos anos não estavam mais fazendo efeito. Há cerca de seis meses não tomo nenhum medicamento mais. Estou 100% curado”, disse.
Segundo ele, a caminhada foi uma forma de reafirmar sua fé e gratidão por essa recuperação.
Dias de peregrinação
O trajeto entre Fernandes Pinheiro e Curitiba totalizou 153 quilômetros. “O planejamento foi de cinco dias para eu chegar, em média 30 quilômetros por dia. Saí na terça-feira de Fernandes, às seis horas da manhã, e consegui chegar ao santuário no sábado, três e meia da tarde”, relatou.
A promessa de estar presente na Festa de Jesus das Santas Chagas, que aconteceu no sábado (27), foi o que determinou o ritmo da caminhada. “A minha promessa era estar no domingo para agradecer. Por isso saí na terça-feira, consegui chegar no sábado, e aí consegui descansar um pouquinho”, relatou.
Ele lembra que a parte mais emocionante do trajeto foi a chegada.
“Foi uma emoção que caiu a ficha mesmo quando eu subi a rampa do santuário. Eu me emocionei muito, porque tinha muitas pessoas lá, e ali eu vi que eu tinha cumprido o meu propósito.”
E mesmo cansado, Marcos fez questão de participar da procissão e da Via Sacra, a convite do padre Reginaldo Manzotti. “Mesmo com bastante dor nas pernas, muito cansado, Deus me deu força e eu consegui acompanhar a procissão toda, do princípio até o final”
Desafios pelo caminho
A caminhada exigiu preparo físico e emocional. “Um dos desafios é você andar à beira de uma rodovia, que é perigoso, muitos caminhões, carros. Tem lugares que é bem mais estreito, outros lugares nem tanto. As subidas, a partir do segundo dia, o cansaço pegou muito. Terceiro dia mais ainda. Muitas vezes eu pensei em desistir”, lembrou.
O apoio da família foi essencial para que ele não desistisse. “Meu filho falava: ‘Pai, você chegou até aqui, você vai continuar e vai conseguir’. Sempre pedindo a Deus que me desse força para continuar e conseguir cumprir minha promessa.”
As dores nos pés e tornozelos foram intensas, mas, segundo ele, superadas com fé.
Inspirado pela mãe
Marcos explicou que escolheu iniciar a caminhada na casa dos pais, em Fernandes Pinheiro, por uma razão especial. “Quando eu comecei a acompanhar o padre Reginaldo, foi pela minha mãe. Então nada mais justo do que sair da casa dela para cumprir esse propósito.”
A mãe de Marcos é devota do padre Reginaldo Manzotti, e foi a partir dessa convivência que ele também passou a acompanhar as celebrações e programas do sacerdote.
- Arquivo pessoal
- Arquivo pessoal
Fé e esperança
Depois de completar a peregrinação, Marcos afirma que não tem planos imediatos para repetir uma nova caminhada, mas garante que faria tudo de novo.
Mais do que o esforço físico, a peregrinação representou para Marcos um testemunho de fé e gratidão. Ele deixou também uma mensagem para quem enfrenta dificuldades. “Que as pessoas olhem ali e pensem: se o Marcos fez, eu também posso fazer. Se o Marcos agradeceu, eu posso agradecer. Se o Marcos pediu, eu posso pedir.”
Emocionado, concluiu: “Se Deus atendeu o Marcos, abençoou o Marcos, Deus pode me abençoar também. Há alguns anos eu não tinha fé, na verdade eu perdi a fé em Deus. Então hoje eu falo que eu tenho muito, que as pessoas não desistam, que acreditem em si mesmas e, principalmente, que acreditem em Deus. Que peçam forças a Deus, porque Ele sabe do que cada um passa e o que cada um precisa.”