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Freira brasileira perde cargo em mosteiro na Itália e diz ser vítima de perseguição: ‘Só busco a Justiça’

13 de maio de 2025 - Atualizado há 23 minutos atrás
5 minutos de leitura

Por P97

Freira brasileira perde cargo em mosteiro na Itália e diz ser vítima de perseguição: ‘Só busco a Justiça’

Foto: Divulgação/Vaticano

A freira brasileira Aline Pereira Ghammachi, de 41 anos e natural de Macapá (AP), perdeu o cargo de madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, na Itália, após denúncia anônima de maus-tratos e desvio de recursos do espaço destinados à manutenção do local. Ela foi removida do cargo no dia 21 de abril deste ano, data da morte do papa Francisco, mas nega as acusações.

Em entrevista ao g1 nesta segunda-feira (12), a freira informou que acredita estar sofrendo perseguição e que o abade-chefe da ordem que dirige o mosteiro, frei Mauro Giuseppe Lepori, chegou a dizer que ela era bonita demais para ser freira.

“O frei Mauro Lepori disse que se eu fosse ao Vaticano, ninguém iria acreditar em mim, porque eu sou mulher, brasileira, sou bonita e ninguém acredita nesse tipo de pessoa. E isso me feriu muito”, descreveu.

A freira informou que segue na Itália, onde recorreu da decisão do afastamento junto ao Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, a mais alta autoridade judicial da Igreja Católica.

A carta com as denúncias contra a irmã Aline Ghammachi foi enviada em 2023 ao papa Francisco. A freira descreveu que apresentou as contas dos últimos cinco anos em que esteve à frente do mosteiro e que essas foram aceitas pela auditoria da igreja.

“O que mais pesava na carta era a questão dos maus-tratos, do abuso de poder e de desvio de recursos. A questão financeira foi fácil de resolver, porque foi feita uma auditoria no mosteiro pela diocese e demonstrou que toda a administração foi corretamente realizada. Só busco a Justiça”, explicou a freira, que também nega as demais acusações.

Após a saída da madre no mês passado, cinco freiras procuraram a polícia italiana para denunciar violência psicológica por parte da nova gestora do mosteiro. No total, 11 saíram do mosteiro após a remoção da freira brasileira.

O g1 solicitou nota sobre o caso ao Vaticano, mas não tinha recebido retorno até a última atualização desta reportagem.

A vida religiosa da irmã Aline

Aline Ghammachi disse que desde os 15 anos tinha vontade de ser freira, mas por orientação da família, teria que estudar mais um pouco e com o passar do tempo ver se era realmente o que queria.

Após concluir o curso superior de administração de empresas em 2025, em Macapá, ela decidiu de vez seguir na vida religiosa. Foi então que se mudou para a Itália, para o convento onde anos depois seria a madre-abadessa.

Em 2018, quando tinha 34 anos, irmã Ghammachi se tornou a madre-abadessa mais jovem na Itália. Ela destacou que o mosteiro passou a oferecer auxílio para mulheres vítimas de violência, pessoas autistas, além de criar uma horta comunitária com plantações de uvas.

Fonte: g1
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