O Frei Clemente Vendramin é vigário da paróquia São Francisco de Assis, igreja matriz de Umuarama, no noroeste do Paraná. Ele completa nesta quarta-feira (16) 100 anos de idade.
Segundo a Província São Lourenço de Brindes, ordem dos capuchinhos, Clemente é o frei capuchinho mais idoso em atividade no Brasil.
Para os fiéis, a bondade de Clemente não está apenas no seu primeiro nome; “dedicado” e “especial” são alguns dos adjetivos usados para descrevê-lo por quem frequenta a igreja.
Popular entre as crianças, Frei Clemente recriou o coral infantil da igreja matriz de Umuarama e acompanha o trabalho de perto. “Ele é tão alegre, tão feliz, transmite uma alegria. Quando a gente vê ele sempre vai abraçar”, conta a pequena Lorena Ohtah, uma das cantoras do coral “Canarinhos de Jesus”.
Clemente atuou na paróquia de Umuarama de 1978 a 1994 e voltou em 2012, onde permanece até hoje.
Ele também acumula passagens por Irati, na região central do Paraná, e Santo Antônio da Platina, no norte pioneiro do estado, além de Florianópolis, em Santa Catarina.
Ao longo do seu século de vida, o franciscano já trabalhou na formação de outros freis, estudou em Roma, na Itália, e voltou ao Brasil para atuar nas comunidades.
“Com 10 anos eu saí de casa e nunca mais voltei. […] Só fui vivendo, quando vejo já ‘tô’ chegando aí [aos cem anos]. […] Também não acho uma coisa de outro mundo, porque se eu tivesse feito uma coisa especial… Só fui vivendo, não fiz nada mais que isso, por sorte não bati as botas”, brinca o frei Clemente.
Apesar da idade avançada, o frei não pretende se aposentar.
“Enquanto eu puder, quero continuar. Missas, visitas a capelas, confissões… tudo que precisar. […] Peço a Deus para que possa fazer mais alguma coisa boa”, afirma.
História de fé
Clemente Vendramin é natural de Curitiba. O sotaque carregado se deve ao fato de ele ser neto de italianos e também a ter morado um tempo na Itália.
Dos 100 anos, 83 são dedicados à fé. Em 1940 ele começou a profissão temporária, e em 1946 foi ordenado sacerdote.
A decisão pela vida religiosa surgiu de uma “pirraça” voltada ao irmão mais velho, diz ele.
Segundo o Frei Clemente, em 1937, quando ele tinha 10 anos, o irmão que era dois anos mais velho pediu para entrar no convento dos Freis Capuchinhos da Igreja Nossa Senhora das Mercês. Porém, o frei disse que novos alunos só seriam aceitos no começo do próximo ano, e então ele desistiu.
Vendo a cena, Clemente disse “se você não vai, então eu vou” – decisão essa que já perdura por 90 anos.
Portal 97 com Informações G1
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