Em sua 1ª entrevista Bolsonaro fala sobre armas, EUA e aposentadoria
4 de janeiro de 2019
- Atualizado há 5 meses atrás
6 minutos de leitura
Por Redação 97
O presidente Jair Bolsonaro foi entrevistado pelo SBT,
diretamente de Brasília, nesta quinta-feira (03/01). Durante pouco mais de 40
minutos, o novo chefe do Executivo brasileiro respondeu a questionamentos sobre
posse e porte de armas, aposentadoria, atentado que sofreu, pente-fino na
gestão que ele sucede e desenho de parceria com os Estados Unidos da América
(EUA).
De acordo com o presidente, os atos assinados por
autoridades do governo do ex-presidente Michel Temer nos últimos 30 dias serão
revistos. Na reunião ministerial, ele pediu uma revisão geral. Exemplo disso,
os R$ 45 milhões destinados à Universidade Federal Fluminense para
implementação de criptomoedas destinadas à população indígena. Também liberação
de R$ 200 mil, por meio da Lei Rouanet, para duas corridas de rua no Morro do
Borel no Rio de Janeiro.
E, ainda, uma consultoria de R$ 3 milhões no Ministério do
Turismo. “Tem cara que tem muita coisa errada aí. Eu acho que nenhum
agente público ia jogar fora R$ 3 milhões para fazer uma consultoria que
qualquer um de nós poderíamos fazer algo parecido com consulta na internet”,
observou Bolsonaro.
Em outra parte da entrevista exclusiva, ele disse que deve,
em março, visitar Donald Trump, nos EUA. Entre outras coisas, a economia e a parte
bélica entram em discussão. “A minha aproximação com os Estados Unidos é
uma questão econômica, mas pode ser bélica. Nós podemos fazer acordo voltado
para essa questão aqui no Brasil. Nós não queremos ter um super poder na
América do Sul, mas devemos ter, no meu entender, a supremacia”, explica.
Outro assunto abordado, e que faz parte de sua plataforma
política, é armas de fogo. O presidente confirmou o desejo de flexibilizar a
posse e o porte, por meio de decretos, para atender algo necessário. A Polícia
Federal (PF) age de acordo com orientação do Ministério da Justiça e, conforme
Bolsonaro, Sergio Moro (ministro da Justiça), sugeriu um novo decreto, para
definir essa “efetiva necessidade”, ainda no mês de janeiro.
“Homem do campo vai ter direito também. O governo
último limitou em duas armas no máximo para cada um de nós. O que estou
propondo ali é o povo ter duas armas, para agentes de segurança, quatro ou seis
armas, vamos aumentar o número de armas”, afirma citando a possibilidade
de abrir o mercado para novos modelos de artefatos a serem comercializados.
Perguntado, ele, também falou sobre Fabrício Queiroz, ex-assessor
do filho Flávio na Assembleia Legislativa do Rio. O presidente mencionou que
sabia das vendas de carros e que o ex-servidor “fazia rolo”. Justificativa
apontada para a movimentação de R$ 1,2 milhão em um ano, e vista como atípica
pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Ao todo são 20 servidores de deputados envolvidos, com
cifras que chegam a quase R$ 50 milhões movimentados durante o ano. “Ele
falou que vendia carros, eu sei que ele fazia rolo. Agora, quem vai ter que
responder é ele. O Coaf fala em movimentação atípica, isso não quer dizer que
seja ilegal, irregular. Pode ser”, relata Bolsonaro, ao passo, que reclama
a citação do filho, sendo que outro parlamentar fosse citado.
Queiroz é investigado pelo MP (Ministério Público) do Rio de
Janeiro por movimentação de R$ 1,2 milhão em um período de 13 meses, considerada
atípica pelo Coaf. A exposição de seu nome foi um “absurdo”, no
entendimento do presidente e para atingi-lo diretamente. Isso porque, outros
servidores de deputados tiveram movimentações maiores que o ex-assessor do filho,
mas parte da mídia ignorou. “Vários outros tinham [movimentação] de 5
milhões, 10 milhões, tinha até de 40 milhões de reais. Ninguém toca no
assunto”, reclama Bolsonaro.
O presidente, ainda, falou sobre o PSL ter anunciado apoio à
reeleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara dos Deputados. Contudo ele
Bolsonaro disse que “não vai se envolver nas eleições no Congresso.”
Da mesma forma no Senado Federal.
Em relação à Previdência, Bolsonaro afirmou que vai propor
ao Congresso a reforma, até 2022, estabelecendo idade mínima de 62 anos para
homens e 57 anos para mulheres. Na visão do presidente, é necessário resolver
com urgência e fazer as modificações para evitar colapso futuro.
Outra questão perguntada para Jair Bolsonaro teve com alvo Adélio Bispo dos Santos que está preso desde o dia 6 de setembro, após ataque ao então candidato à presidência. Na visão do presidente, o homicida teve o apoio para matá-lo, bem como sua defesa formada na sequência. “Está na cara que gente com dinheiro, preocupada em ele não abrir a boca, foi em seu socorro”, justifica, mas afirma que espera que a confissão dos reais motivos ainda ocorra.
Da redação com Agências de Notícia, SBT e reprodução de imagens publicadas no Youtube pelo SBT.
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