A Secretaria de Educação tem como meta fazer o Paraná liderar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), conter a evasão escolar, valorizar os professores e fortalecer as redes comunitárias e a integração entre alunos, docentes, pedagogos, diretores e chefes de núcleos regionais. O desafio contempla um universo de 1,1 milhão de estudantes matriculados nas 2.143 escolas, 63 mil professores, 29 mil servidores e 200 mil aulas/dia.
Os objetivos foram detalhados pelo secretário Renato Feder na manhã desta terça-feira (26) durante uma reunião de secretariado dirigida pelo vice-governador Darci Piana, no Palácio Iguaçu. O governador Carlos Massa Ratinho Junior cumpriu agenda em Brasília. “Essas ações têm como meta devolver o protagonismo da Educação do Paraná no País”, afirmou Piana.
Feder explicou as principais ações da pasta nos primeiros meses de gestão, a missão proposta pelo governador Ratinho Junior e apresentou um panorama da Educação. Ele afirma que se todas as diretrizes forem aplicadas o Paraná volta a ocupar o primeiro lugar do ranking nacional de desenvolvimento educacional.
Para o secretário, o principal objetivo é melhorar a aprendizagem em sala de aula, o que passa necessariamente pela valorização dos professores, pedagogos e diretores. Uma das metas é garantir que os servidores usem o tempo e o conhecimento em razão dos alunos, não de questões administrativas.
“O professor é a estrela da Educação. Aqueles que estão em situação difícil, em salas complicadas, com alunos em defasagem, alunos desinteressados, precisam de apoio. E quem vai fazer esse papel é o pedagogo e o diretor. Hoje eles têm investido seu tempo em questões administrativas. Precisamos colocar o diretor em papel de apoio ao professor, à sala de aula. E a Secretaria e os núcleos têm que apoiar as escolas”, enfatizou Feder.
60 DIAS – Renato Feder afirmou que a Educação já começou a se transformar nesses 60 dias úteis com cursos de formação para 2.143 diretores, seminário temático para educadores dos 399 municípios do Estado, investimento em tutoria pedagógica e os programas Prova Paraná e Escola Segura.
A Prova Paraná é uma ferramenta para os professores avaliarem os níveis de aprendizagem e de recepção das matérias ensinadas em sala de aula. A primeira aplicação, no começo do mês, envolveu 600 mil alunos.
“A Prova Paraná é uma ferramente para o aluno e para o professor. Me surpreendeu muito a adesão nesse começo, com índice de 97% das escolas. O diretor vê as curvas de aprendizagem e os núcleos veem as escolas, o que falta para cada uma delas”, afirmou o secretário. A próxima aplicação, em junho, deve reunir 1 milhão de alunos nas redes municipal e estadual.
Feder também falou sobre o Escola Segura, ação conjunta das secretarias de Educação e Segurança Pública para colocar policiais militares da reserva em escolas estaduais. O programa reúne uma série de ações, treinamentos e medidas preventivas de segurança para alunos, pais, professores e a comunidade. O projeto-piloto começará em abril em 100 escolas de Foz do Iguaçu, Londrina e Região Metropolitana de Curitiba.
APROXIMAÇÃO – Outra ação já iniciada é a aproximação dos diretores e chefes de núcleos com as escolas. “Os núcleos têm uma série de profissionais e um trabalho administrativo muito forte. Nossa intenção é colocar os núcleos nas escolas, 80% do trabalho deve ser o acompanhamento pedagógico. Também para identificar que tipo de apoio, treinamento, formação, eles podem dar. Eles estão indo para as escolas muito mais do que no passado”, afirmou.
De acordo com o secretário, os gatilhos positivos visam combater os principais problemas atuais, que vão de quedas no Ideb à evasão escolar. De cada 100 alunos que começam o 6° ano do Ensino Fundamental, menos de 25 terminam o 3° do Ensino Médio sem reprovar ou evadir. Menos de 18% apresentam bons níveis de Português e apenas 7% em Matemática na saída do Ensino Médio.
PARTICIPAÇÕES – Além de secretários, diretores e presidentes das empresas públicas, estiveram presentes os deputados estaduais Hussein Bakri (líder do Governo), Tiago Amaral e Wilmar Reichembach.
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Trabalho integrado e avaliações para voltar ao topo do Ideb
Na avaliação dos anos iniciais do Ideb, o Paraná oscila entre a 3ª e a 4ª posições. Nos anos finais, quando a prova é aplicada no 9º ano, o Estado aparecia em 6º com 4,05 no Ideb 2011 e caiu para 7º com 4,65 na avaliação de 2017, atrás de Goiás, Rondônia, São Paulo, Santa Catarina, Acre e Mato Grosso.
No Ensino Médio o gargalo é mais crítico. Em 2009 o Paraná liderava o ranking nacional com 3,92. O Ideb 2017 mostrou que o Estado caiu para 7°, com 3,66. Nesse período, oscilou entre 2° e 8°.
Segundo Renato Feder, o Estado objetiva voltar ao topo do ranking com esse trabalho integrado e com as avaliações periódicas da Prova Paraná. “A gente precisa aumentar o aprendizado significativamente. Os alunos do Ensino Médio, por exemplo, numa nota de 0 a 10, estão tirando 3,6. O Ideb vai medir essa intensidade, é um reflexo”, afirmou.
“Só é possível melhorar com boa aula, e boa aula só se consegue com material humano. O material humano do Paraná é muito bom. Ele precisa de reconhecimento quando está indo bem e apoio nas salas mais desafiadoras”, completou.
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Secretário enumera ações para enfrentar a evasão
O Paraná também concentra altos índices de evasão escolar, explicados por questões demográficas e falta de interesse. Há dez anos o Estado contabilizava 1,7 milhão de estudantes matriculados. Atualmente são 1,1 milhão.
O secretário elencou como prioridades nesse aspecto o envolvimento das escolas e diretores com a comunidade, a necessidade de entendimento das especificidades de cada município e investimentos no ensino técnico.
“Que tipo de ação o Paraná toma quando o aluno falta três, quatro dias seguidos? É preciso avisar rapidamente e trazer esse aluno de volta. Passa pelo controle de frequência que estamos melhorando e também pelo papel do diretor da escola. Ele tem que tomar as rédeas e ir atrás dos alunos”, pontuou Feder.
A estratégia de fortalecimento da relação com os municípios também ataca a evasão. “Temos que apoiar aulas mais dinâmicas para atrair os alunos e os cursos técnicos e profissionalizantes do Ensino Médio. Precisamos oferecer cursos com aderência às demandas das comunidades. Um curso de enfermagem, turismo, radiologia, que se transforma em trabalho, pode atender a necessidade do aluno para ele ficar na escola”, completou.
Matéria: AEN