A Copel se prepara para investir em 2021 em projetos que vão modernizar e ampliar a segurança da rede de energia elétrica do Paraná. Será destinado R$ 1,9 bilhão, a maior parte aplicada em iniciativas para fornecer energia de qualidade à população e garantir infraestrutura para o desenvolvimento econômico do Estado, especialmente dos produtores rurais.
O plano de investimentos para o ano que vem foi aprovado nesta semana pelo Conselho de Administração da companhia.
De acordo com o diretor-presidente da Copel, Daniel Slaviero, a prioridade é melhorar ainda mais a qualidade do fornecimento de energia e do atendimento prestado à população e aos produtores paranaenses.
“Para isso, estamos desenvolvendo programas que vão revolucionar a qualidade da rede de distribuição do Paraná. Ao mesmo tempo, nos segmentos de geração e transmissão de energia, vamos aplicar em projetos sustentáveis, que possam trazer retorno para investirmos cada vez mais no Estado”, destaca Slaviero.
Somente na área de distribuição de energia, a companhia vai aplicar R$ 1,2 bilhão para modernizar a rede elétrica. Os recursos são destinados principalmente aos programas Rede Elétrica Inteligente e Paraná Trifásico, que vão combinar tecnologia de ponta e automação para transformar a rede do Estado na mais moderna e confiável do País.
O programa Rede Elétrica Inteligente prevê investimentos de R$ 161 milhões em 2021 e vai totalizar R$ 820 milhões nos próximos três anos. Na primeira fase, o valor está sendo utilizado para automatizar e modernizar a rede elétrica das regiões Centro-Sul, Sudoeste e Oeste, beneficiando cerca de 1,5 milhão de paranaenses.
Uma das principais ações da iniciativa consiste na instalação de medidores digitais e inteligentes nas unidades consumidoras da Copel. Esses equipamentos se comunicam de forma automática com o Centro Integrado de Operação da Distribuição da companhia, transmitindo informações sobre o que está acontecendo na ponta da rede, junto ao consumidor.
No caso de um desligamento, por exemplo, o medidor envia informações para o centro de controle, o que permite uma resposta instantânea para restabelecer o fornecimento de energia. Na prática, o programa vai reduzir o tempo de desligamento provocado por intempéries e outros fatores externos ao sistema.
Além disso, com esses equipamentos, tanto a Copel como o cidadão terão muito mais controle de tudo o que acontece. A companhia poderá monitorar os parâmetros do fornecimento de energia, fazer a leitura do consumo a distância e saber remotamente quais são os locais que apresentam problemas. Os consumidores poderão monitorar seu consumo em tempo real por um aplicativo.
“É um programa que vai transformar a rede elétrica no Estado. Com ele, teremos redes muito mais inteligentes, com equipamentos que solucionam problemas automaticamente, evitando a necessidade de deslocamento de equipes, coibindo furto de energia e monitorando com eficiência tudo o que acontece na nossa rede. Isso vai trazer segurança energética para o Paraná e dar condições para que os setores produtivos se desenvolvam”, destaca o presidente.
PARANÁ TRIFÁSCO – Investir para estimular o desenvolvimento econômico do Estado é o foco de outro programa destaque da Copel em distribuição de energia para 2021: o Paraná Trifásico. A iniciativa vai implantar 25 mil quilômetros de redes trifásicas de energia em todo o Paraná, no lugar das monofásicas. Somente neste ano serão investidos R$ 350 milhões em obras. O valor global é de R$ 2,1 bilhões. Trata-se do maior programa do gênero no País.
A essência do programa consiste em instalar a tecnologia trifásica na espinha dorsal da rede, o que confere qualidade muito superior em comparação à tradicional rede monofásica, contribuindo para modernizar as redes rurais do Paraná. “Este investimento vai beneficiar o agronegócio e levar ainda mais qualidade de vida ao campo. Para a Copel, vai garantir ganho de eficiência”, afirma o presidente da companhia.
Os novos cabos serão todos protegidos, com nível de resistência reforçado quando atingidos por galhos de árvores ou outros objetos. A novas redes de distribuição também conferem redundância, porque as redes serão interligadas. Assim, se acabar a energia em uma fonte de fornecimento a outra assume o abastecimento. Em caso de desligamentos, os produtores rurais terão o fornecimento de energia restabelecido mais rapidamente.
DESCENTRALIZAÇÃO – Além do Paraná Trifásico e do Rede Elétrica Inteligente, a Copel vai investir em outras ações que seguem um movimento mundial de geração distribuída e descentralização da produção de energia.
É o caso do programa Microrredes, que prevê a contração de energia proveniente de autogeradores. O objetivo é atrair produtores independentes de pequeno e médio porte, incluindo minigeradores, com capacidade para operar de maneira conectada, aproveitando ainda mais o potencial energético do Estado.
Para vender à Copel, os autogeradores terão de constituir uma microrrede – um sistema elétrico independente, que funciona como uma “ilha de energia”, integrando geração, armazenamento e consumo à rede de distribuição.
Os autogeradores que formarão as microrredes poderão vender a energia gerada para a Copel e, com isso, abastecer um grupo de consumidores próximos. Eles também deverão estar inseridos em uma das 32 macrorregiões listadas no Estado. A companhia ficará responsável pelo controle e segurança da operação.
GERAÇÃO E TRANSMISSÃO – Na área de geração e transmissão de energia, a Copel vai investir R$ 622,8 milhões em projetos que contribuem para reforçar o sistema elétrico do País. Um dos destaques é a linha de transmissão Curitiba Leste-Blumenau, que está em construção e vai entrar em operação em 2021, colocando em funcionamento mais uma conexão no sistema entre os estados do Paraná e de Santa Catarina.
OUTROS PROJETOS – A Copel também prevê investimentos de R$ 50 milhões em telecomunicações, na parte final do processo de alienação de sua subsidiária que foi vendida em leilão em novembro desse ano, arrecadando R$ 2,39 bilhões e permitindo à companhia concentrar-se nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia.
Para 2021, a Copel prevê também o investimento de R$ 5,7 milhões em projetos de comercialização de energia no mercado livre.
AEN