Como escapar das pessoas que tentam te obrigar a beber em festas de fim de ano
28 de dezembro de 2018
- Atualizado há 5 meses atrás
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Por Redação 97
Quando o ator britânico Stephen McGann tuitou, dias antes do Natal, sobre pessoas que pressionam os outros a tomarem bebidas alcoólicas, ele recebeu um grande apoio nas redes sociais.
A mensagem, segundo McGann, era um “rápido pedido sazonal”: “Eu escolho não beber álcool, mas conheço muita gente que não pode beber por questões relacionadas à dependência. Essa é uma temporada difícil para eles”, escreveu, dando, no mesmo post, o que chamou de dica. “Se alguém recusar educadamente uma bebida alcoólica, não insista.”
McGann afirmou ter ouvido relatos de muitas pessoas sobre a “angústia” que sofrem ao serem incitadas a beber no Natal. “Se você não bebe, por razões de saúde ou dependência, então imagine como é difícil ser pressionado.”
O ator tem 55 anos e parou de beber há 18, depois de treinar para fazer uma trilha beneficente. “Eu cresci no Norte, naquela cultura da cerveja, onde você se sentava no pub para ficar de bexiga cheia. Agora (sem beber), eu não tenho ressaca e gosto de ser o motorista da vez”, diz ele.
McGann disse ficar irritado e indignado se alguém tenta lhe empurrar uma bebida. “A bebida alcóolica é arraigada demais na nossa cultura. Recentemente eu estive em um lugar onde o garçom pôs um copo de vinho na minha mão antes mesmo de eu cumprimentá-lo. E se eu fosse um alcoólatra em recuperação?”, observa ele.
O escritor Matt Haig, de 43 anos, que escreveu sobre suas lutas com a depressão no best-seller “Reasons to Stay Alive” (“Razões para Continuar Vivo”, em tradução livre), descreve-se como parcialmente abstêmio – ou seja, como alguém que às vezes não bebe.
“Eu adoro beber, mas se bebo demais, isso pode provocar ansiedade e depressão. Às vezes, para evitar a tentação, é mais fácil não sair”, diz. “Mesmo que os outros não pressionem, você sente uma pressão silenciosa”.
Para evitar a “tentação”, Haig troca bebidas alcóolicas por drinks como o Bloody Mary, em versão sem álcool. Também diz ser preferível ir a um restaurante do que a um bar ou a um pub. E que fazer exercícios também ajuda. Mas não é só isso.
É preciso, acrescenta ele, dizer àqueles que tentam fazer você beber: “Eu não bebo”. “Eu digo que eu viro uma pessoa perigosamente incontrolável se eu beber”.
“É sobre não se sentir culpado e não fazer as coisas por obrigação”, diz.
Catherine Gray, autora do livro The Unexpected Joy of Being Sober (A Inesperada Alegria de Ficar Sóbria, em tradução livre), lembra que quando costumava beber era uma das que mais pressionavam quem estava em volta a fazer o mesmo.
“Se alguém não estava bebendo, eu não queria que aquela pessoa ficasse por perto. Mas o problema era comigo e não com ela. São as pessoas que bebem mais que te chamam para se divertir. Elas querem um cúmplice.”
Gray tem 38 anos e parou de beber há cinco. “Eu não conseguia controlar. E praticamente não conhecia ninguém que conseguisse. É difícil.”
Agora, quando as pessoas tentam encorajá-la a beber, busca levar na esportiva. “Ninguém quer ouvir você falar sobre os riscos à saúde. Eu digo a eles que eu posso ficar imprevisível, desastrada. Eu brinco a respeito. Nunca fique se desculpando (quando disser que não bebe)”.
“Solidão social”
Apesar de o álcool estar profundamente enraizado na sociedade, mudanças culturais relacionadas a isso têm sido identificadas.
Dados recentes de um estudo da Universidade de Londres mostraram que quase um terço dos jovens não bebem.
Ainda assim, particularmente aqueles com problemas de saúde mental, ainda lutam contra o álcool.
Jennifer Griffin, psicoterapeuta e gerente geral da Turn2me – um site beneficente que conecta jovens com problemas de saúde mental e dá espaço para eles compartilharem experiências e conseguirem apoio – diz que muitos dos que ajuda consideram difíceis as ocasiões sociais que giram em torno da bebida.
“O álcool está relacionado à ansiedade e depressão. No entanto, socializar é a maneira que os jovens têm de desenvolver uma conexão com seus pares. Se eles escolhem não socializar porque serão expostos ao álcool, eles podem ficar alienados e solitários”, diz ela.
Griffin também observa que um hábito comum nos bares, de cada integrante do grupo se encarregar de comprar uma rodada de bebidas, também pode ser um problema. “É difícil resistir.”
Ela sugere definir uma estratégia com antecedência para esses casos e priorizar suas próprias necessidades.
Conforme a conscientização dos riscos à saúde aumenta, não beber, ou reduzir o consumo de bebidas alcoólicas está se tornando cada vez mais comum. Todos estão de acordo nesse ponto.
Agora, se alguém disser não à bebida, não pergunte duas vezes.
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