A entrevistada de quinta-feira, (11/03), é a são-mateuense, Jenifer Padilha, de 18 anos, que já se consagrou campeã mundial, na categoria juvenil de capoeira. A capoeira ou capoeiragem é uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte, cultura popular, dança e música. Ela iniciou sua fala contando que sempre morou em São Mateus do Sul, e ao contrário das outras entrevistadas desta semana, a sua família é na sua maioria de homens, já começando pelos tios, sendo que tem oito tios e duas tias.
“Minha família é bem grande, eu nasci no meio dos homens”, brincou. Nesta semana da mulher é impossível não perguntar à Jenifer qual mulher lhe inspira, e ela disse que todas as mulheres são inspiradoras. “As que trabalham, que batalha, a mulher guerreira, mas eu tenho duas mulheres especiais, à minha mão e a minha vó. A minha vó que criou os seus 10 filhos, mesmo com as dificuldades, e a minha mãe que me teve com 14 anos, bem novinha, mas batalhou sempre”, disse.
Jenifer contou que a capoeira entrou em sua vida, por acaso, quando uma amiga lhe convidou para ir junto assistir, pois iria começar nas aulas de capoeira, isso quando tinha 10 anos de idade. “O professor Jairo, meu contramestre me convidou para participar no dia e eu gostei. Cheguei em casa e contei para minha mãe e pedi para fazer também aula de capoeira, mas minha mãe não a deixou e disse que capoeira era coisa de menino, mas mesmo assim eu ia escondido”, lembrou.
Ela contou que no início sua família não aceitava, não entendia ao certo o que era a capoeira, misturando o esporte com religião, mas segundo ela não tinha nada haver, e por isso continuou no esporte e atualmente sua família compreende e a apoia. “Eu me encantei com a capoeira, é riquíssimo em movimentos, eu nunca quis desistir, foi amor à primeira vista. É o único esporte que utiliza de instrumento musical. Me identifiquei muito, é um esporte muito acolhedor”, contou.
Em relação ao preconceito por ser mulher nesse esporte, Jenifer contou que nunca sofreu preconceito, sempre teve muito apoio, mas sabe que existe infelizmente e conhece pessoas que já sofreram preconceito. Ela falou ainda sobre as competições que já participou, à nível de município, estado e mundial, e das dificuldades encontradas em meio a pandemia, momento esse em que os treinamentos e competições foram cancelados. “A gente espera que tudo volte ao normal logo”, disse
Para participar de competições, Jenifer contou que sente dificuldade em conseguir apoio, ou patrocínio, mas que aceita patrocínio, pois os gastos são altos, com transporte, alimentação e estadia. Para quem quiser saber mais sobre capoeira e tiver interesse em fazer aula, a capoeirista passou o contato de onde treina, que é do grupo Muzenza.” Tem o facebook Muzenza São Mateus e o instagram do grupo Muzenza”, contou.
A capoeira não tem idade ou restrições para começar a praticar, segundo Jenifer, começou a andar já pode começar a treinar. “É um esporte pra todos, não importa o gênero ou a idade, a capoeira acolhe todos”, finalizou. A entrevista na integra pode ser assistida no facebook do Portal Cultura Sul e pelo You Tube.
Da redação Cultura Sul Notícias