O vereador licenciado de Irati, Hélio de Mello (PL), foi afastado das atividades político-partidárias após denúncias de supostos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes. A decisão foi comunicada pelo diretório municipal do Partido Liberal, que também acionará o Conselho de Ética da legenda para analisar o caso.
Em nota enviada na terça-feira, 2 de setembro, o próprio Hélio comunicou ao partido que se retirava das atividades políticas, informando ainda já ter advogado constituído e que se apresentou à Justiça. Ele declarou, contudo, que até o momento não teve acesso ao inquérito.
As denúncias contra o vereador surgiram a partir de relatos encaminhados ao Conselho Tutelar de Irati, por meio do Disque 100, envolvendo sua atuação como professor no Colégio Estadual do Rio do Couro. O caso foi repassado à 2ª Promotoria de Justiça de Irati e tramita em sigilo.
No último domingo, a Justiça determinou que o vereador cumprisse medidas cautelares, ficando proibido de entrar no colégio e de manter contato com alunos ou testemunhas. O objetivo, segundo a decisão, é preservar o ambiente escolar e evitar possíveis pressões. O Núcleo Regional de Educação (NRE) de Irati confirmou que ele está afastado de suas funções docentes.
Repercussão política
Hélio de Mello está em seu sétimo mandato consecutivo como vereador. Ele já presidiu a Câmara em dois biênios (2017-2018 e 2021-2022) e havia sido eleito para comandar novamente a Casa no período 2025-2026. No início desta semana, solicitou licença de 90 dias por motivos de saúde. Com isso, o vice-presidente Selmo Vieira assumiu interinamente a presidência e o suplente João Leuch (PL) tomou posse da vaga no Legislativo.
Nota oficial da Câmara
Na quinta-feira, 4 de setembro, a Câmara Municipal de Irati recebeu oficialmente um relatório detalhado do Conselho Tutelar sobre as denúncias. Já na manhã do dia seguinte, vereadores e equipe técnica se reuniram para avaliar a documentação e discutir as medidas institucionais a serem adotadas.
Em nota oficial, a Câmara destacou que o conteúdo do relatório é estritamente sigiloso e não pode ser divulgado, mesmo em eventual procedimento interno, em respeito à legislação e à proteção integral das crianças e adolescentes envolvidos.
Informações: Câmara de Vereadores e Najua
