A balança comercial, diferença em compras e vendas externas, do agronegócio brasileiro apresentou saldo positivo, em janeiro deste ano, de US$ 7,7 bilhões. As exportações do setor cresceram 57,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, com resultado em valor de US$ 8,8 bilhões, enquanto as importações caíram para US$ 1,1 bilhão, queda de 15,5% na mesma comparação de períodos.
Segundo os pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), responsáveis pelo estudo Ana Cecília Kreter, Fábio Servo e Rafael Pastre, janeiro é um mês tradicionalmente com menos embarques para o agronegócio, e o saldo positivo chamou atenção deles. A balança comercial total, que inclui todos os setores, além da agricultura, aponta resultados com déficit de US$ 214,4 milhões.
As informações foram divulgadas nestas segunda-feira (14/02) pelo Ipea. Já na análise dos últimos 12 meses, a alta foi de 23,1% nas exportações agrícolas e de 16,7% nas importações, o que contribuiu para o saldo da balança comercial do agronegócio de US$ 108,5 milhões nesse período. O patamar atingido no período ficou 37,1% acima de janeiro de 2019, no período pré-pandemia, quando o país exportou US$ 6,4 bilhões.
Dos US$ 3,2 bilhões a mais exportados em janeiro deste ano, o complexo soja, que inclui soja em grão, farelo de soja e óleo de soja, representou US$ 1,6 bilhão, a mais no comparativo com 2021. Sendo a China o principal destino da soja em grão brasileira. O mercado chinês importou em janeiro US$ 991,6 milhões do Brasil, devido ao estoque insuficiente interno para atender a demanda doméstica e a evolução da pecuária.
A exportação de carne bovina também subiu 46,2% em valor e 25,7% em volume, em janeiro. O milho, que teve a comercialização prejudicada pela quebra na segunda safra do grão em 2021, começou o ano com aumento de 45,6% em valor e 16,5% em quantidade. O frango expandiu 42,8%, frente a janeiro de 2021. Foram US$ 181 milhões embarcados a mais de proteína animal em relação ao mesmo período do ano passado.
Por outro lado, o país importou US$ 202,2 milhões a menos que no ano passado, numa queda de 15,5% no total de produtos do agronegócio. O trigo continuou liderando a pauta de produtos importados, com US$ 138,4 milhões, revelando retração de 10,7%. O estudo do Ipea identifica, porém, que a queda na quantidade importada de trigo (-22,1%) reflete a boa safra brasileira em 2021.
Mesmo assim, os embarques nos próximos meses dependerão da safra atual. “Os impactos do fenômeno climático La Niña e a produção dos principais países concorrentes do Brasil serão determinantes também para o desempenho da balança comercial do agronegócio em 2022”, sinalizaram os pesquisadores do Ipea. As maiores quebras de produção devem ocorrer na região Sul, em especial no Paraná.
Da redação com informações e imagem da Agência Brasil