Adolescente escreve bilhete à professora implorando por comida no PR
17 de dezembro de 2021
- Atualizado há 5 meses atrás
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Por Redação 97
Foto: Reprodução de redes sociais
Adolescente pede ajuda a professora através de bilhete e caso acaba ajudando mais de 40 famílias. “Professora, me ajuda, estou sem nada pra comer em casa, eu imploro pra senhora”, dizia o bilhete que chegou às mãos da pedagoga Mari de Col, que trabalha na Escola Estadual Curitiba, que fica em Paranavaí, no noroeste do Paraná. Ele foi escrito há três semanas por um aluno da escola, de 14 anos, que estava desesperado pela situação de sua família. Depois de ler a mensagem, Mari pediu ajuda a seus amigos. O que ela não esperava é que o bilhete ia viralizar na internet e acabar ajudando outras 40 famílias da escola.
Mari conta que ficou extremamente impactada pelo bilhete, assim que o leu. O mesmo aconteceu com seus amigos, a quem ela decidiu mandar o bilhete imediatamente e pedir ajuda. Eles se mobilizaram e a mensagem desesperada começou a circular pelas redes sociais. “Aí a internet fez o restante do trabalho”, brincou a professora. O resultado: a cidade toda mobilizou e passou a levar alimentos, produtos de limpeza, higiene e até presentes na escola. E vendo que os colegas conseguiram ajuda, outras crianças passaram a pedir alimentos também. “Será que tem uma dessa (cesta de alimentos) pra minha casa também?”, começaram a perguntar frequentemente.
Comunidade Carente
A professora Mari contou que a escola em que é pedagoga fica na periferia de Paranavaí, onde a maioria das crianças são bem carentes. Este aluno que pediu ajuda mora no Jardim Renascer com o pai e com outro irmão, de 12 anos, que também é aluno da escola. Eles estão, respectivamente, no 7º e nos 9º anos do Ensino Fundamental e a família, já é acompanhada tanto pela escola, quanto pelo serviço social local, o CREAS.
Eles fazem visitas semanais à casa, para ver se está faltando algo, para dar orientação e ajudam até mesmo com faxina na residência. O pai está desempregado e sofre com alcoolismo. É uma família que já morou até em abrigo. Neste dia que o adolescente pediu ajuda, Mari disse que consultou o CREAS, onde a família sempre pede alimentos e outras ajudas e de fato, não havia alimento para doação no local, naquele dia. Por isto, ela decidiu mobilizar sua roda de amizades. Com as doações, conseguiu até mesmo montar uma caixinha de produtos de higiene pessoal, já que devido à precariedade das famílias da região, é comum chegarem sujos à escola.
Agora, o desafio é conseguir um emprego para o pai, que trabalha como assistente de pedreiro e atualmente está sem serviço. “Se a gente conseguir ajudar essa família, pra saírem desse mundo que vivem, se tornar pessoas melhores, fazer esse pai se tornar mais parte da sociedade, será muito gratificante”, diz a pedagoga. Mas ela ressalta que não adianta apenas doar. Todas as crianças e famílias nesta situação precisam de acompanhamento constante, para que tenham ajuda e apoio sempre que precisarem, até chegarem a uma situação melhor.