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Após câncer e transplante de fígado, Papai Noel volta a hospital onde fez tratamento para alegrar pacientes

26 de dezembro de 2025 - Atualizado há 3 horas atrás
9 minutos de leitura

Por P97

Após câncer e transplante de fígado, Papai Noel volta a hospital onde fez tratamento para alegrar pacientes

Foto: Hospital São Vicente

Depois de enfrentar uma cirrose, um câncer e um transplante de fígado, o “Papai Noel” Aristóteles Pires, de 72 anos, voltou ao Hospital São Vicente, em Curitiba, para alegrar os pacientes que hoje lutam para vencer desafios que ele também encarou.

Ele, que atua como Papai Noel há 54 anos, sabe bem o quanto a atenção do próximo pode ajudar quem está internado.

“É uma forma de eu poder atender a tantos necessitados. Eu sei o que é ficar deitado em uma cama de hospital. Existe um ambiente de tristeza. E eu falei: ‘Eu vou, eu posso me doar, fazer uma oração com aqueles que precisam, conversar com eles, levar uma mensagem de força, de esperança, de ser solidário’.”

Tudo começou com uma dor nas costas, aos 70 anos. Ao procurar atendimento médico, descobriu que se tratava de uma trombose. Em pouco tempo, o quadro evoluiu para cirrose e, depois, para um câncer no fígado. A luta pela vida o levou ao Hospital São Vicente, onde, em abril de 2024, passou por um transplante.

“Ao mesmo tempo que você pensa que você está indo para a morte, você está indo para se recuperar. É uma guerra interna enorme, mas eu fui com fé”, conta.

Aristóteles destaca que, durante o período difícil, foi o carinho dos profissionais que o acompanharam durante o tratamento que o ajudou a se manter firme. Hoje recuperado, foi esta lembrança que o incentivou a devolver a ternura recebida.

A perspectiva do Papai Noel é compartilhada com o hospital, que tem uma equipe multidisciplinar e oferece não apenas o tratamento, mas também acolhimento emocional. Segundo Francieli Bisinelli, gerente assistencial do Hospital São Vicente, a instituição vê este cuidado e a presença da família como fatores importantes na recuperação.

Para ela, a ação de Aristóteles mostra, para outros pacientes, que há vida após o tratamento.

“Para os nossos pacientes, isso se torna presença viva de que o tratamento traz benefícios, que existe a cura, que há possibilidade de um desfecho positivo, de uma vida após o processo de um tratamento que, muitas vezes, é bastante doloroso. Para os pacientes isso motiva, isso renova, vencer todos os desafios”, detalha Francieli.

Anualmente, o São Vicente atende cerca de 70 mil pacientes.

Mais de meio século como Papai Noel

Segundo Aristóteles, o trabalho como bom velhinho começou em 1971, quando ele tinha 17 anos e estava longe de ter barba branca.

Foi durante um trabalho voluntário do grupo de jovens do qual participava que Aristóteles se vestiu, pela primeira vez, como Papai Noel. Na época, a roupa precisou ser improvisada.

“Não existia nem lojas oferecendo roupas e fantasias. Nós pegamos saco de estopa, um saco de batata todo furado, tingimos de vermelho, nas mangas, onde tem essa parte da pele, foram colados algodão. Não tinha barba postiça, não tinha nada. Então peguei uma bola de borracha, partimos ela ao meio, fiz o furo na parte dos olhos e a boca e o resto foi encher de algodão. Essa foi a fisionomia do Papai Noel”, relembra.

Depois da experiência, em todos os anos Aristóteles passou a se vestir como Papai Noel para eventos de voluntariado, da igreja, e de amigos. Foi depois de quase 20 anos com essa rotina que a primeira oportunidade profissional chegou, e Aristóteles passou a atuar como Papai Noel também em shoppings da capital paranaense.

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