A história de Adonay Bedretchuk, morador de Paula Freitas e natural de Paulo Frontin, é um exemplo de determinação, superação e amor pelo que faz. Com 16 anos de profissão, o pedreiro se classificou entre os dez melhores do país ao participar do programa “Pedreiro Top Brasil”, cuja terceira temporada bateu recorde de inscrições — mais de 50 mil pedreiros de todo o país se inscreveram.
De origem ucraniana, em conversa com o Portal P97, Adonay conta que começou cedo na profissão, ainda adolescente. “Eu tinha uns 15 anos quando comecei a trabalhar com meu cunhado. Antes disso, ajudava meu pai em uma verdureira e gostava muito de lidar com o público. Mas quando vi o trabalho do meu cunhado, me encantei pela profissão e resolvi aprender”, relembra.
Depois de alguns anos de aprendizado, ele serviu no Exército e continuou atuando como pedreiro — experiência que considera fundamental na sua formação. “Fiquei um ano no Exército e trabalhei como pedreiro lá também. Isso me ajudou bastante”, conta. Casado aos 19 anos, precisou encarar de vez a responsabilidade de sustentar a família. Trabalhou em diversas regiões — no litoral de Santa Catarina, no Paraná, em Curitiba e em Concórdia (SC) — até fixar moradia em Paula Freitas há cerca de dois anos e meio.
“Graças à internet, consegui mostrar o meu trabalho e ganhar a confiança do pessoal da região. Hoje tenho bastante serviço e posso ter um ponto fixo pra morar”, comemora.
Profissão em transformação e o orgulho de ser pedreiro
Com 16 anos de experiência, Adonay acompanha de perto a evolução do setor da construção civil. Ele reconhece que o ofício mudou muito e exige atualização constante. “A construção evoluiu demais. Hoje existem novas técnicas, produtos, tamanhos de pisos, materiais diferentes. Muitos pedreiros mais antigos não tiveram acesso a isso. Eu mesmo voltei a estudar — estou no terceiro ano de Engenharia Civil — pra entender melhor e oferecer qualidade aos meus clientes”, destaca.
Segundo ele, a profissão passa por um desafio: a falta de jovens interessados. “Hoje tá difícil achar pedreiro bom. Os mais novos acham pesado e não querem entrar na área. E isso é uma pena, porque é uma profissão linda e essencial”, lamenta.
Para Adonay, o segredo do sucesso é unir experiência, estudo e dedicação. “A gente tem que usar o material correto, aplicar a técnica certa e não desperdiçar. Construir é coisa séria, é o sonho de alguém. Se o serviço for mal feito, traz prejuízo e frustração. Por isso, eu me esforço pra fazer tudo com amor e responsabilidade”, explicou.
Os desafios e as conquistas na construção
Entre os serviços que mais gosta de executar, Adonay não escolhe apenas uma parte da obra. “Eu gosto de tudo: fundação, caixaria, ferragem, acabamento. O importante é dar o meu melhor em cada etapa”, diz.
Ele lembra com orgulho de uma obra em especial, em Curitiba, que marcou sua carreira: um telhado do tipo shingle americano, com 300% de caimento. “Era de pé mesmo, super íngreme. Tivemos que trabalhar amarrados com cordas, com todo o cuidado e segurança. Quando terminei e vi o resultado, me senti realizado. Era enorme, uns 500 metros quadrados. Fizemos até filmagem com drone. Foi um desafio e uma superação”, recorda.
Sobre os desafios da profissão, ele comenta com bom humor: “O que a gente menos gosta é o reboco de laje, né? Todo pedreiro sabe o quanto é puxado. Mas a gente faz com amor e no final dá tudo certo”.
Reconhecimento nacional: Pedreiro Top Brasil
O reconhecimento veio em grande estilo. Adonay viu nas redes sociais o anúncio do reality “Pedreiro Top Brasil” e decidiu se inscrever, sem imaginar até onde chegaria. “Eu vi o anúncio e pensei: ‘por que não tentar?’. Fiz todas as etapas — provas, cursos, enviei vídeos do meu trabalho — e no ano passado fiquei entre os 30 melhores do Brasil. Este ano me dediquei ainda mais e agora estou entre os dez melhores pedreiros do país.”
A semifinal foi em Maringá, e a experiência, segundo ele, foi marcante. “Vieram me buscar de carro em casa, me levaram de avião. No começo achei que fosse trote, mas era verdade. Foi incrível”, relatou.
O programa, apresentado por Marco Luque, promete muita emoção, provas práticas, correria contra o tempo e até ações beneficentes. “Vai ser divertido, desafiador e emocionante. O público vai se surpreender. Tenho certeza que vai surpreender o Brasil todo”, diz animado.
Quem não conseguir assistir à estreia na TV poderá acompanhar a reprise no YouTube após a exibição.
Profissão que inspira
Orgulhoso da profissão, Adonay quer usar sua visibilidade para incentivar jovens a valorizarem o ofício de pedreiro. “Eu até pensei em ir nas escolas pra influenciar os jovens. Ser pedreiro é motivo de orgulho. Tudo o que eu tenho veio dessa profissão. Tenho minha casa, meu lar, que ainda estou terminando, porque casa de pedreiro é igual casa de ferreiro: espeto de pau”, brinca.
Ele reforça a importância de estudar, se aperfeiçoar e trabalhar com amor. “Vale a pena ser pedreiro, mas tem que estudar também. O pedreiro profissional estuda. E minha mensagem é pra qualquer trabalhador: seja pedreiro, açougueiro, padeiro ou radialista — se fizer com amor, dedicação e vontade de inovar, vai se destacar. O segredo é amar o que faz.”
Adonay Bedretchuk representa o interior do Paraná e o orgulho de uma profissão que constrói sonhos. Agora, ele leva o nome de Paula Freitas e Paulo Frontin para todo o Brasil, mostrando que, com esforço, dedicação e fé, é possível transformar talento em reconhecimento. Histórias como a dele são celebradas pelo Portal P97 e pela Rádio Cultura Sul, que apoiam e valorizam o talento local, inspirando novas gerações a acreditar que sonhos podem se tornar realidade.
