Na terça-feira, 6 de maio de 2025, o Instituto Água e Terra (IAT) realizou a apreensão de Tiba, um macaco-prego que vivia com uma família em Serranópolis do Iguaçu (PR) desde os três meses de vida .
Criado por Sandro e Joice, Tiba foi tratado como membro da família por mais de três décadas, convivendo sem sinais de maus-tratos. A advogada da família, Gabriela Ben, destacou que “ele nunca viveu na selva nem em cativeiros. Macaco não vai ter condições de sobreviver em outro lugar” .
A ação do IAT ocorreu em cumprimento à legislação que proíbe a posse de animais silvestres sem certificado de origem. Apesar dos cuidados e da boa saúde do animal, Tiba foi submetido a uma série de exames e encaminhado a um local licenciado pelo governo do estado .
Há cerca de seis meses, uma denúncia levou a Polícia Ambiental ao local. Embora o órgão tenha reconhecido os cuidados adequados e impedido a retirada imediata, a família foi multada e passou a pagar uma taxa mensal para manter Tiba sob sua guarda. Uma denúncia subsequente culminou em sua retirada esta semana .
A família relatou que não foi avisada previamente e está “desesperada”. Joice, de 80 anos, sofreu uma crise de hipertensão e precisou ser hospitalizada, enquanto Sandro e outros membros da família avaliam recorrer judicialmente e buscar apoio popular .
Vídeos divulgados mostram Tiba em uma caixa de transporte no momento do recolhimento. A advogada denunciou práticas que considera cruéis: “Estão matando o animal e, consequentemente, a família também. Porque ele é um membro da casa, não pertence à selva.”
Em nota, o IAT afirmou que seguiu os protocolos legais referentes à proteção da fauna, mas reconhece a delicadeza do caso. Segundo a advogada, devido aos 35 anos de convivência com humanos, Tiba estaria incapacitado de se adaptar a centros de triagem ou criadouros, com seu estado físico e emocional “dando sinais de colapso”.
A nota oficial do IAT declara:
“O Instituto Água e Terra (IAT) cumpriu a legislação ambiental, que proíbe a posse de qualquer tipo de animal silvestre sem certificado de origem. O macaco passará por uma bateria de exames e será levado para um empreendimento licenciado pelo Governo do Estado.”
A família e a comunidade acompanham a situação com apreensão — sem saber onde Tiba está atualmente — e questionam se a aplicação da lei, nesse caso, protegeu ou prejudicou o animal e as pessoas que o acolheram ao longo da vida.
Informações: GMC Online