A jovem Thathyele Alves da Silva, de 25 anos, morreu no hospital na última quinta-feira (20), em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), dois dias depois de perder o bebê dentro da ambulância. Familiares da vítima denunciaram o Hospital Angelina Caron pela demora no atendimento.
Grávida de 7 meses e diagnosticada com tuberculose no início deste ano, Thathyele esperou por mais de três horas dentro de uma ambulância, no dia 18 de fevereiro, em razão da falta de leito no hospital.
De acordo com o marido dela e pai do bebê, Gian da Silva, a jovem estava no hospital pela manhã e recebeu alta, voltando para casa. No final da tarde, a vítima sentiu fortes dores e acionaram o Samu.
“Chamamos a ambulância, que chegou rapidamente no hospital, porém informaram sobre a falta de leito. Minha esposa estava com 2 cm de dilatação, minha mãe falou para fazerem cesárea e disseram que não, que iam dar injeção para segurar. Se tivessem feito a cesárea, ela e meu filho estariam vivos” afirmou Gian.
O bebê faleceu dentro da ambulância. Após três horas de espera, a jovem foi internada e recebeu atendimento médico. Porém, dois dias depois veio a óbito.
Conforme Gian, foram diversas internações em um curto período de tempo e nada era feito.
“Internavam e depois de um, ou dois dias, ela ganhava alta. Algumas vezes voltei no mesmo dia da alta porque ela estava mal, com falta de ar, dores no corpo, estava muito fraca” explicou Silva.
Durante a espera, os familiares também relataram que, além das outras prioridades, viaturas com presos passavam na frente das ambulâncias.
“Eu entrei várias vezes no hospital, quase derrubava as portas para alguém fazer algo, e não faziam nada. Lá, a prioridade era o preso. As viaturas chegavam e entravam direto, enquanto a fila de ambulância só aumentava” disse a tia de Thathyele, Janaína Borges.
Ainda segundo Janaína, a família irá entrar na Justiça em razão da demora do hospital para atenderem a jovem gestante.
“Vamos brigar na Justiça, isso não vai ficar assim. Foram duas vidas perdidas e quantas outras podem ir também. Então queremos justiça” complementou.
O que diz o hospital
Em nota, o Hospital Angelina Caron expressou seu profundo pesar pelo falecimento da jovem grávida e se solidarizou com os familiares e amigos da paciente.
O Hospital lamenta profundamente o desfecho do caso e se solidariza com a família e amigos da paciente neste momento de dor.
Esclarecemos que, desde janeiro, a paciente já recebia acompanhamento médico para diversas comorbidades e uma doença contagiosa (tuberculose) diagnosticadas pela instituição de origem e que não iniciou suas consultas de pré-natal nesta unidade hospitalar.
Seguindo todo o cuidado que uma gestação de alto risco exige, no dia 15 de fevereiro, a paciente deu entrada no Pronto-Socorro relatando dores abdominais no momento da admissão.
Durante três dias de internação, ela recebeu atendimento conforme todos os protocolos médicos. Após estabilização, recebeu alta na manhã do dia 18. Na noite do mesmo dia, a paciente retornou ao hospital e ficou na UTI Móvel, com acompanhamento médico, até ser admitida em um quarto isolado, devido à gravidade do caso, comorbidade pré-existente e tuberculose.
A paciente tinha um quadro clínico com diversas comorbidades graves e faleceu na noite do dia 20, mesmo com todo o atendimento prestado.
O hospital respeita a privacidade dos pacientes e segue a LGPD, que não autoriza a divulgação de informações pessoais.
Fonte: Banda B