Em diferentes estados do Brasil, ambas as situações ganharam os holofotes na redes sociais, causando revolta e indignação.
Mulher agride entregador com guia de cachorro
A primeira situação foi o caso de Sandra Mathias, uma ex-atleta de vôlei, e do entregador Max Angelo dos Santos. A mulher está sendo investigada pela Polícia como suspeita por injúria racial e lesão corporal contra o entregador, que ela agrediu com uma guia de cachorro. O crime foi registrado no último domingo (9), na zona sul do Rio de Janeiro.
Vídeos de Sandra agredindo o entregador negro circulam nas redes sociais e revelam as agressões que ela comete contra Max e mostram o momento em que ela pega a guia do cachorro e caminha em direção ao homem, atingindo-o nas costas. Veja o vídeo:
Max foi à delegacia, depôs e depois foi submetido a exames no Instituto Médico-Legal, onde foram confirmados os hematomas causados pela agressão. Agora, Sandra é aguardada para prestar depoimento nesta quarta, 12, na 15ª DP (Gávea). A polícia não soube informar o nome do advogado dela.
Inclusive, segundo a vítima, Sandra já tinha xingado os profissionais e, no domingo, ela teria voltado ao local e cuspido no chão próximo a um grupo de entregadores. De acordo com os relatos, ela discutiu com uma entregadora e mordeu a perna dela. Então, a entregadora conseguiu escapar, e Sandra voltou-se para Max.
De acordo com a delegada Bianca Lima, responsável pelo caso, Sandra tem passagens na polícia por ameaça, lesão corporal e fraude em licitação.
Nesta terça (11), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, fez uma publicação em suas redes sociais cobrando agilidade nas investigações e classificou como “estarrecedoras” as cenas em que a moradora aparece agredindo o entregador com a guia do e cachorro.
Discriminação racial em churrascaria
A segunda situação aconteceu em uma churrascaria do Distrito Federal, em que um garçom do estabelecimento escreveu ‘preto’ na comanda como forma de identificar o cliente negro.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está investigando a denúncia de racismo que teria acontecido contra o servido público Gilberto Martins, 46 anos, na última quinta-feira (6).
A vítima não quis revelar o nome do empreendimento, mas a reportagem do Metrópoles apurou que o fato ocorreu na churrascaria Fogo de Chão.
Gilberto contou que tudo corria bem, até o momento em que viu a anotação na comanda escrita à mão por um funcionário.
“Eu chamei o garçom e ele ficou muito nervoso. Disse que não sabia quem tinha escrito aquilo, mas achava que tinha sido uma referência à minha camisa, mas a minha blusa era cinza. E se fosse realmente uma referência a ela, não deveria estar escrito com a palavra no feminino? Por que não estava escrito a cor da camisa na comanda de mais ninguém?”
questionou.
Para não criar uma situação desagradável entre os amigos, Gilberto disse ter fingido aceitar a explicação, mas assim que chegou em casa, percebeu que não devia ter se calado. “Isso me entristeceu profundamente e eu cheguei em casa chorando. Tenho um casal de filhos, ambos negros, e pensei muito no mundo que estamos deixando para eles”, desabafou.
Um dia após sofrer a injúria racial, o servidor foi até a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) e registrou uma ocorrência policial.
Da redação com informações de Banda B e Metrópoles.
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