O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) terá R$ 460 milhões para fomentar o desenvolvimento do agronegócio do Paraná. O valor integra o Plano Safra 2020/2021, editado pelo Governo Federal, e é 6,1% superior ao volume para crédito disponível na safra anterior no Estado. Em vigência desde o dia 1º de julho, o Plano Safra vai destinar, no total, R$ 236,3 bilhões para apoiar a produção agropecuária de pequenos, médios e grandes produtores do País.
O anúncio foi feito pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior nesta quarta-feira (08) em live no canal do BRDE no YouTube. “São recursos que vão ajudar o Paraná a avançar cada vez mais no agronegócio, a ser protagonista no mundo da produção de alimentos”, afirmou ele.
“Essa parceria do BRDE com o agronegócio é formidável. Permite capitalizar cooperativas, associações e os pequenos agricultores, colaborando com a expansão dos negócios. É isso que gera emprego e renda no campo e vai ajudar o Paraná a se reerguer desta crise econômica decorrente da pandemia de coronavírus”, ressaltou o governador.
Ratinho Junior destacou que o montante disponível para a próxima safra representa 46% do que foi financiado pela agência paranaense do BRDE nas últimas três safras, estimado em cerca de R$ 1 bilhão.
OUTRAS AÇÕES – Ele destacou outras ações do Governo do Estado que impactam diretamente no resultado do agronegócio paranaense. Citou melhorias no Porto de Paranaguá e na Ferroeste, que ampliaram a capacidade de carregamento e exportação de produtos.
Lembrou, ainda, o forte investimento em infraestrutura, com a modernização de rodovias e aeroportos. “A ambição é transformar o Paraná no hub logístico da América do Sul”, disse.
FINANCIADOR – Diretor de Operações do BRDE, Wilson Bley Lipski explicou que o Banco é agente financeiro repassador de recursos para o plano de forma exclusiva no Estado. Segundo ele, o Paraná vai receber R$ 460 milhões por meio do Sistema Paranaense de Fomento. Valor que será integralmente destinado a financiar a próxima safra.
“Queremos ser o grande parceiro da agricultura paranaense. Ser um elo com os produtores que permita fazer da agricultura estadual a mais pujante do Brasil”, afirmou.
JUROS E CRÉDITO – Lipski reforçou que outra novidade no Plano Safra 2020/2021, em relação ao anterior, é a redução nas taxas de juros aplicadas sobre os recursos para as atividades no campo.
Para agricultores enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), por exemplo, a taxa foi reduzida de 3 a 4,6% para 2,75 a 4%, enquanto o volume de crédito aumentou mais de 5%, alcançando a marca de R$ 33 bilhões no País. Nos casos dos demais produtores e cooperativas, houve redução de 2% na taxa de juros, alcançando a marca de 6%.
Nos créditos, o Plano destinou mais de R$ 170 bilhões nacionalmente. Nos casos dos produtores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), são R$ 33,1 bilhões disponíveis em crédito e redução de taxa de juros de 6 para 5%. “Crédito na ponta de forma barata e longo prazo para pagamento, fomentando a criação de emprego e renda”, disse o diretor.
RELEVANTE – Para o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, os recursos reforçam a condição do Paraná como ator relevante no desempenho da agricultura brasileira, e mostra a disposição do Governo do Estado em estar presente no processo, orientando os produtores na busca de um bom desempenho e renda.
“Apesar da pandemia o momento do agronegócio estadual é bom. E o Plano Safra é realista, com aumento no volume de dinheiro ofertado e redução do custo”, explicou o secretário. “Mas peço o uso racional do crédito”, completou.
SEGURO – Ortigara destacou também o aumento de R$ 300 milhões na subvenção ao prêmio do seguro rural, que terá R$ 1,3 bilhão disponível para a próxima safra. “Esse é um importante instrumento que vem ganhando espaço na política agrícola nacional”, ressaltou.
Por entender essa importância, o Paraná tem um programa de seguro rural complementar ao federal. Para a atual safra foram destinados R$ 15 milhões. Os recursos ficam à disposição dos produtores para proteger várias lavouras. Auxiliar em casos de perdas climáticas, o programa é, neste instante, alternativa para redução de prejuízos devido à pandemia do novo coronavírus.
INOVAÇÃO – Além da ampliação de créditos, a redução nas taxas de juros e a subvenção do seguro rural, o Plano de Safra também prevê 33% a mais para o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro) em comparação com o período, chegando à casa dos R$ 2 bilhões.
PARTICIPAÇÃO – Também participaram da live o presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, Natalino de Souza, o chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Guto Silva, e a gerente adjunta do BRDE, Carmem Truite.
AEN