Você se lembra da Rango’s? Rememore uma das mais saudosas lanchonetes de São Mateus do Sul
17 de fevereiro de 2023
- Atualizado há 5 meses atrás
7 minutos de leitura
Por Redação 97
Foto: Arquivo pessoal de Alencar de Oliveira
Nesta quarta-feira, dia 14, o Cultura Sul Notícias recebeu a ilustre presença do Alencar de Oliveira, importante empresário que foi o proprietário e idealizador da Rango’s: uma das mais famosas lanchonetes de São Mateus do Sul durante anos. O espaço, considerado por muitos como um ponto de encontro, marcou uma geração de são-mateuenses que relembram o lugar com muita saudade e carinho. Alencar, de 57 anos, contou sobre a criação da Rango’s e a história dessa saudosa lanchonete que se fixou na memória da cidade.
Alencar residia em Curitiba, mas se mudou com a família para São Mateus do Sul, onde enfrentou dificuldades para trabalhar, uma vez que não havia uma empregabilidade variada ou grandes oportunidades, segundo ele.
O empresário conta que antes dele assumir, a lanchonete vendia cachorro-quente, contudo, na opinião dele, esse ramo não era frutífero na cidade. Assim, ele precisava se destacar e fazer algo que chamasse atenção da população para o seu negócio. Então, criou uma estratégia.
Entre conversas, surgiu a possibilidade de assumir a lanchonete que, na época, ficava de frente para a Loja Leonardo. Inicialmente, o comércio pertencia a uma médica, a Miriam, a qual vendeu o negócio, que já chamava Rango’s, para a família de Alencar. E foi desse acordo, firmado em 1996, que “nasceu” a Rango’s como o Alencar desenvolveu.
“Eu pensei: a cidade tem um baita x-salada muito famoso que é o do Luizinho, aquele gigante. Então, eu pensei, tenho que ter um contraste para chamar atenção.”
afirma.
Segundo ele, a situação econômica do país e da cidade da época contribuíram para que a ideia fosse alavancada.
“A primeira loja de 1,99 da cidade ficava do lado da lanchonete, então, eu pensei, preciso popularizar o produto, porque o x-salada é um produto que, na época, não era pra qualquer um, sabe, pegar um x-salada daquele tamanho e pagar.”
explica.
Assim, Alencar esquematizou uma estratégia comercial aliada à ideia do lanche do McDonald’s, criando, de acordo com ele, um “contraste entre o lanche pequenininho e o lanche grande”.
A partir de muito cálculo e empreendedorismo, a lanchonete conseguiu chegar em opções de lanche acessíveis e populares, cujo público-alvo era, principalmente, as pessoas que circulavam pela rodoviária.
Alencar comenta que a Rango’s, enquanto lanchonete, ficou aberta por quase 10 anos, de 1996 a 2003. Contudo, com o encerramento de contrato e ampliação de outros pontos comerciais da época, a Rango’s, por meio de um acordo, assumiu o restaurante do Hotel Iguaçu.
É evidente a importância que a lanchonete teve para a cidade: o primeiro x-salada de muitas pessoas foi na Rango’s.
Segundo o Alencar, ele não sabia como fazer um x-salada antes de trabalhar na lanchonete e deve o conhecimento adquirido à esposa e ao cunhado que o ensinaram a trabalhar com a chapa e com a produção dos lanches.
Além disso, destaca o quanto foi um sucesso o restaurante, sobretudo o x-salada, já que a lanchonete chegava a servir mais de 500 lanches em um único dia, número bastante grande para a cidade na época. Tais demandas, conforme Alencar, são resultantes da estratégia de contraste entre o lanche pequeno e o grande.
Alencar comenta sobre dificuldades que a família enfrentou na época, como a moradia. A família sempre morou na Vila Americana, ou seja, muito longe do ponto comercial. Assim, sem ônibus ou carro, eles se viam constantemente em uma pensão, de onde saiam ainda de madrugada para trabalhar.
“As pessoas pensam que trabalhar em uma lanchonete e restaurante é só naquele momento de pico, mas não, o trabalho começa muito antes. É muito sacrificante o trabalho de uma lanchonete.”
revela.
Hoje, Alencar olha para a história da lanchonete como uma lição de vida, destacando o que acertou e o que errou. Ele gosta de contar sua trajetória na Rango’s para ensinar e/ou orientar as pessoas que estão empreendendo no mesmo ramo.
De acordo com ele, o fato da Rango’s ter aumentado o espaço, transformando a lanchonete em restaurante, fez com que surgissem problemas financeiros. Embora o movimento fosse enorme e o salão estivesse lotado, o giro de dinheiro era baixo, já que as pessoas levavam mais tempo para a refeição do que a lanchonete, que garantia maior rotatividade de pessoas.
Na concepção do empresário, esse pontos fizeram com que, aos poucos, a lanchonete fechasse, já que a lanchonete, segundo Alencar, perdeu a essência. No fim da entrevista, Alencar deixa um conselho para os empreendedores do ramo: “não percam a essência e a originalidade do negócio”.
Da redação.
Entre na comunidade do P97 e receba as notícias em primeira mão direto no seu WhatsApp! 🤩