Tapetes tradicionais colorem ruas do Paraná no Corpus Christi
19 de junho de 2019
- Atualizado há 5 meses atrás
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Por Redação 97
Procissão de Corpus Christi em Curitiba. - Foto: José Fernando Ogura/Arquivo ANPr
Serragem colorida, pó de café, cal, sal grosso e flores. A tradição de enfeitar as ruas para a passagem do Santíssimo Sacramento se repete em todos os municípios do Paraná durante o Corpus Christi. A celebração que colore as ruas das cidades, e veio para o Brasil com os imigrantes portugueses no período colonial, é mais uma opção no calendário do turismo religioso do Estado.
Desde o ano passado, a festa católica faz parte do Calendário de Eventos do Estado, destacando o turismo religioso como um dos segmentos prioritários para colocar o Paraná no mapa turístico nacional. “O Estado tem um potencial gigante a ser explorado, onde se destacam as rotas da fé. A tradição do Corpus Christi, tão arraigada na cultura brasileira, também pode ser vista como uma atração à parte nas opções turísticas do Paraná”, diz o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
Para o arquiteto e doutorando em Teologia Henry Belchior da Cunha, diácono permanente da Arquidiocese de Curitiba e professor do curso de Arquitetura da PUC-PR, a simbologia e o colorido dos tapetes carregam mais que uma tradição secular e trazem, também, novas percepções de como olhar para a cidade. “Esta é a única vez no calendário litúrgico que o Jesus Eucarístico caminha pelas ruas. A intervenção que é feita para essa passagem quebra o ritmo do concreto e todo o peso da cidade e traz uma nova estética, uma renovação feita pela comunidade”, explica.
Símbolos como a hóstia, pão, cálice, o Espírito Santo, peixes e os santos da Igreja Católica estão entre os principais desenhos retratados nos tapetes de Corpus Christi. São os próprios fiéis os responsáveis pela confecção, um trabalho que traz uma forte interação social entre as pessoas. “Quem faz o tapete não tem, necessariamente, uma expertise estética, mas o resultado tem um forte apelo visual, com cores e desenhos que lembram a arte naif”, afirma o diácono.
TURISMO RELIGIOSO
O roteiro do Turismo Religioso paranaense passa por diversas regiões. No Centro-Sul do Estado, o município de Prudentópolis se destaca pelos templos bizantinos, construídos pelos imigrantes ucranianos que seguem a tradição ortodoxa. Em Lunardelli (Vale do Ivaí) e Siqueira Campos (Norte Pioneiro), os santuários de Santa Rita de Cássia e de Bom Jesus da Cana Verde, respectivamente, recebem milhares de fiéis todos os anos.
No Litoral, a religiosidade está presente em todos os cantos. Em Paranaguá, em meio à Praça da Fé, está o Santuário de Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná, que move milhares de romeiros a visitarem a cidade o ano todo. Na cidade também há construções do Século Dezoito, como a Igreja de São Benedito, a primeira do Sul do Brasil construída por escravos, e a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas.
Belas construções como as Igrejas de Nossa Senhora do Pilar, em Antonina, e de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Guaratuba, não passam despercebidas. Na Igreja de Nosso Senhor Bom Jesus dos Perdões, primeira construção de Guaraqueçaba, o altar tem forma de embarcação cuja base é um peixe esculpido em madeira, que homenageia e protege os pescadores.
Na Região Metropolitana de Curitiba, destacam-se a Igreja Santo Antônio e a Gruta do Monge na Lapa. Em Balsa Nova, a Capela de Nossa Senhora da Conceição e Tamanduá. Em Rio Negro, o Seminário Seráfico São Luis de Tolosa.
Em Campo do Tenente, o Mosteiro Trapista que recebe visitas agendadas. Em Pinhais, o Roteiro Turístico Estrada Ecológica passa por diversas chácaras, parque aquático e ainda a Capela Nossa Senhora da Luz e a Igreja Nossa Senhora do Carmo.
Matéria da Agencia Estadual de Notícias.
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