A idosa que foi resgatada de uma situação de maus-tratos na quinta-feira (28) em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, permanece internada nesta segunda-feira (1º) e não deve ficar mais com a própria família, segundo a Fundação de Assistência Social da cidade (FASPG).
Ao g1, o órgão municipal disse que a idosa será encaminhada para acolhimento após receber alta do hospital. O Hospital Universitário Regional da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG) informou que ela está no pronto atendimento de observação, em estado estável.
A situação de maus-tratos foi descoberta após uma agente de saúde perceber que a idosa parou de comparecer a consultas, ir até a casa dela, acompanhada de uma médica da unidade de saúde, e acionar a Guarda Civil Municipal ao ver a situação. De acordo com as profissionais de saúde, a idosa fazia acompanhamento psiquiátrico.
Segundo a GCM, ela morava sozinha e vivia em meio a sujeira e móveis quebrados, sem comida ou higiene adequadas.
A corporação afirma que, enquanto a equipe estava no local, a sobrinha da idosa foi até lá e se apresentou como a responsável pelos cuidados da tia. Ela foi presa em flagrante, e recebeu liberdade provisória no dia seguinte.
O delegado Wesley Vinicius, responsável pela autuação da sobrinha, disse que ela contou que a mãe dela, que é irmã da vítima, era quem cuidava da idosa. No entanto, ela tem mais de 70 anos e está com a saúde debilitada – e, por isso, foi a sobrinha quem assumiu os cuidados.
“Segundo ela, estava indo todos os dias na casa da senhora, mas os vizinhos relataram à GCM que ela ia no máximo dois dias por semana. […] A idosa estava em situação de abandono”, relata o delegado.
A GCM verificou no local que, para se alimentar, a idosa estava recebendo doações de uma vizinha que percebeu o abandono.
Os nomes das envolvidas não foram revelados, e o g1 tenta identificar a defesa da sobrinha da vítima.
Situação de maus-tratos foi descoberta por agente de saúde
A agente de saúde que acionou a Guarda Civil Municipal disse que a idosa de 64 anos estava desde dezembro de 2024 sem ir à unidade de saúde, onde fazia tratamento psiquiátrico e pegava medicamentos.
Por isso, ela resolveu ir até a residência da mulher, que fica no Bairro Colônia Dona Luiza, acompanhada de uma médica da unidade de saúde.
“Elas se depararam com a idosa em situação de total abandono e vulnerabilidade, sem apoio familiar e em condições de higiene e alimentação precárias”, relata a GCM.
A Guarda Municipal afirma que, devido “às condições insalubres em que se encontrava a idosa”, foi solicitado apoio ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que a levou até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para avaliação médica.
Posteriormente, ela foi levada ao hospital.
Fonte: g1