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Hospitalização por Covid envelhece cérebro em até 20 anos, diz estudo

5 de maio de 2022 - Atualizado há mais de 1 ano atrás
3 minutos de leitura

Por Redação 97

Hospitalização por Covid envelhece cérebro em até 20 anos, diz estudo

Imagem Ilustrativa

Um estudo feito por pesquisadores do Reino Unido descobriu que as pessoas que enfrentam a Covid-19 grave sofrem um declínio cognitivo importante nos primeiros seis meses após a alta hospitalar. As perdas são semelhantes às observadas durante o envelhecimento que ocorre com pessoas saudáveis dos 50 para os 70 anos de idade.

Pesquisadores da Universidade de Cambridge e do Imperial College London, ambos na Inglaterra, testaram as funções cognitivas de 46 pessoas com idade média de 51 anos. Todos haviam sido hospitalizados com Covid-19 em 2020. Um terço deles havia precisado do suporte de ventilação mecânica durante a internação.

Os participantes passaram por testes de memória, de atenção e de raciocínio seis meses após a alta hospitalar. Para conseguir realizar comparações, os pesquisadores usaram dados de 66 mil pessoas da população geral, disponíveis em um banco de dados.

Os pacientes da Covid obtiveram resultados nos testes de raciocínio aplicados: eles foram mais lentos para responder às questões e menos precisos. Eles também apresentaram uma pontuação mais baixa nos testes de analogia verbal, onde precisavam encontrar palavras adequadas para formar frases.

O grupo de pacientes que precisou do suporte de ventilação mecânica durante a internação obteve as piores pontuações nos testes. Para os pesquisadores, os resultados mostram com mais clareza o declínio cognitivo dos pacientes que sofrem com a Covid longa.

“Déficits cognitivos após a Covid-19 grave se relacionam mais fortemente com a gravidade da doença aguda, persistem por muito tempo na fase crônica e se recuperam lentamente, com um perfil característico destacando funções cognitivas mais altas e velocidade de processamento”, escreveram os autores do estudo.

Embora tenham notado uma melhora lenta e gradual dos pacientes dez meses após a doença, os cientistas ainda não têm certeza se todos se recuperarão das perdas. “Embora isso não tenha sido estatisticamente significativo, pelo menos está indo na direção certa, mas é muito possível que alguns desses indivíduos nunca se recuperem totalmente.”

Os resultados da pesquisa foram publicados na edição deste mês da revista eClinicalMedicine.

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