Após, pouco mais de cinco meses tentar uma paralisação, os caminhoneiros anunciam greve nacional para o próximo domingo (25/07), Dia do Motorista, mais precisamente às 00h do dia 26. A categoria cobra várias promessas não cumpridas pelo governo de Jair Bolsonaro, que recebeu votação maciça dos motoristas de caminhão em sua candidatura à presidência. As reivindicações são a redução do preço dos combustíveis, a efetivação do piso mínimo e a liberação de pedágio para veículos sem carga, entre vários outros pontos.
Na última vez em que foi decretada greve, em fevereiro, o movimento não vingou porque entidades de classe próximas ao governo e caminhoneiros simpatizantes de Bolsonaro encararam a proposta como protesto. De acordo com o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ponta Grossa e dos Campos Gerais, Neori Tigrão, a manifestação é própria dos caminhoneiros e há conversas em grupos de WhatsApp sobre paralisação na região.
“O momento é difícil para os caminhoneiros. Todos estão praticamente pagando pra trabalhar, porque o preço do óleo diesel é abusivo. Eles estão reivindicando e alguma coisa deve ser feita pra rever o trabalho e o ganho do caminheiro. A gente tá trabalhando muito pra tentar renovar a questão da frota, da segurança nas rodovias, da saúde do caminhoneiro. Alguma coisa precisa ser feita para valorizar. O trabalho vale ouro, mas a vida não tem dinheiro q pague, e disso não abro mão”, diz Neori.
O presidente do Sindicato ainda reforça a importância do diálogo. “O melhor caminho é o diálogo. Seja junto ao presidente, ao ministério de infraestrutura, junto ao Governo… Essas lideranças estão tentando encontrar solução junto com o Governo para realmente ver o que pode ser feito pra melhorar o trabalho do irmão caminhoneiro”, conclui.
Sobre a paralisação, o presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, disse que a mobilização começa no dia 25 e que a adesão pode crescer na segunda-feira e nos dias subsequentes. Ao todo, ele afirma ter enviado 387 ofícios ao governo com as demandas da categoria.
Uma delas é o pedido de fim para a Política de Paridade Internacional da Petrobras, que regula o preço do combustível de acordo com o mercado mundial. Outro é o fim da isenção do PIS/Cofins sobre o diesel. A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), vai decidir sobre a adesão no movimento em reunião com seus associados amanhã (22). Já a Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), disse que apoia a decisão.
Da redação Cultura Sul com informações do IG