O governador Ratinho Junior (PSD) decretou, na quinta-feira (22), situação de emergência no Paraná por causa da estiagem que atinge vários municípios desde dezembro do ano passado.
Segundo o governo, a situação afeta o abastecimento de água e preocupa o setor agrícola, especialmente nas regiões Central, Sudoeste e Oeste.
A medida tem caráter preventivo e busca ampliar a capacidade de resposta do poder público frente aos impactos da seca.
O decreto mobiliza todos os órgãos do governo estadual, sob a coordenação da Defesa Civil, para atuarem em ações emergenciais, de reabilitação e reconstrução das áreas afetadas. Há a dispensa de licitação para contratações urgentes de serviços e obras, desde que concluídas em até 180 dias.
Segundo o coordenador estadual da Defesa Civil, o coronel Fernando Schünig, o decreto permite aos municípios a abertura de processos que possam facilitar a vida dos agricultores e da população urbana.
“O decreto possibilita a aplicação de recursos financeiros de forma mais rápida e eficaz, para chegar a essas pessoas atingidas diretamente. Os municípios também podem adotar medidas para minimizar os problemas causados pela estiagem, como acesso a financiamentos de safra, liberação do FGTS, fornecimento de equipamentos e materiais”, completa.
Cenário é monitorado desde 2024
Segundo o governo, o cenário de seca é monitorado desde o fim de 2024. Em abril deste ano, o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), em parceria com o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), apontou o aumento da seca moderada nas regiões Sudoeste e extremo Oeste. As cidades de Pato Branco, Foz do Iguaçu e Francisco Beltrão estão entre as mais afetadas.
Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar, explicou que há uma irregularidade nas chuvas desde o verão. Destaca também que as chuvas dos últimos cinco meses não foram bem distribuídas no estado.
“Não há influência de fenômenos de grande escala, como a La Niña, que costuma reduzir drasticamente o volume de chuva. O que temos são efeitos locais, do Paraná e da América do Sul, que têm contribuído para esse cenário”, analisa.
Ele explicou ainda que maio deve encerrar com chuvas abaixo da média histórica e que não há previsão de precipitações significativas nos próximos três meses.
Fonte: G1Paraná