Farmacêutico preso por falsificar medicamentos viciou vítimas com ‘droga da morte’ e causou dívida superior a R$ 120 mil
6 de março de 2024
- Atualizado há 5 meses atrás
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Por Elias
Foto: Divulgação/PCPR
O farmacêutico preso nesta terça-feira (5) sob a suspeita de falsificar medicamentos, no bairro Xaxim, em Curitiba, viciou vítimas em fentanil – droga que causa dependência excessiva e é conhecida como a “droga da morte”.
Uma das vítimas relatou à polícia que o suspeito lhe ofereceu, além de fentanil, morfina e metadona, todos com ação analgésica. O cliente do farmacêutico, porém, acabou se viciando em morfina, analgésico usado principalmente para aliviar dores intensas, agudas e crônicas.
Segundo a delegada Aline Manzatto, que atua na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde, o caso passou a ser investigado após o homem procurar a polícia e revelar extorsões e ameaças de morte.
“A vítima havia sofrido um acidente de trânsito. Durante o tratamento, precisou de morfina e acabou viciando nessa droga utilizada para minimizar a dor. Tomamos conhecimento sobre situações de extorsões e tráfico por meio de uma vítima dele, que veio até a delegacia”, disse ela.
Cada ampola de fentanil era vendida por R$ 10 mil. Uma das vítimas chegou a contrair uma dívida de R$ 120 mil. De acordo com Manzatto, a droga é “extremamente potente” e chega a ser “100 vezes mais forte que a morfina”.
O medicamento conhecido como “droga da morte” nos Estados Unidos se tornou a principal causa de óbito entre pessoas com menos de 50 anos no país – onde há o Dia Nacional de Conscientização sobre o Fentanil.
Cofundador da organização FentCheck – que age para prevenir overdoses acidentais –, Dean Shold chegou a revelar à imprensa que o medicamento é 50 vezes mais potente que a heroína. Segundo ele, dois miligramas de fentanil podem matar.
“Após viciar a vítima, principalmente com fentanil, a qual ele cobrava R$ 10 mil cada ampola, ela contraiu uma dívida muito grande. O farmacêutico, então, passou a cobrar a dívida de forma extremamente violenta, com ameaças e dizendo que era policial e que já havia matado outras pessoas”, acrescentou a delegada.
A polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão em uma chácara de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, onde foram encontradas ampolas de morfina e outras medicações injetáveis de uso restrito a hospitais e de venda proibida.
Na sobreloja da farmácia em que o suspeito atuava, havia quatro salas com medicações vencidas, chegando a centenas delas, entre as quais remédios controlados e antibióticos. Os remédios estavam sendo falsificados, tendo sua data de validade suprimida para, novamente, serem postas à venda. Além disso, havia testes para Covid, dengue e até HIV vencidos.
O suspeito já havia sido condenado por crimes de disparo de arma de fogo e peculato. Além disso, estava em liberdade provisória e respondia por falsificar medicamentos. A pena prevista para os crimes praticados pelo farmacêutico podem ultrapassar os 30 anos de prisão.
Agora, a polícia tenta descobrir se outras pessoas têm envolvimento no crime. De acordo com a delegada, há a suspeita de que o farmacêutico esteja ligado a desvios de medicamentos de hospitais ou roubo de cargas.
Redação Portal 97 com informações de BandaB
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