O Portal P97 recebeu uma imagem e um relato angustiante de Camila Franco Borges, uma mãe que passou por uma situação dramática em São Mateus do Sul. Sua filha de 1 ano e 9 meses, Heloísa, havia colocado uma pedrinha no nariz, o que gerou uma série de dificuldades no atendimento médico.
Camila relatou que, após a filha colocar a pedrinha no nariz, procurou atendimento emergencial no Pronto Atendimento (PA). “A pedrinha estava visível e não estava no fundo, mas tampava todo o narizinho dela. Fui ao PA, e mesmo com a urgência, demoraram para chamar a gente para a triagem”, descreveu Camila.
Após ser atendida, Heloísa foi encaminhada para a emergência, mas a situação se agravou quando a pedrinha se deslocou mais para o fundo do nariz, tornando a remoção mais difícil. Camila afirmou que, mesmo com a equipe médica tentando retirar o objeto com pinças e uma lavagem nasal, não obtiveram sucesso. “Falaram que precisaríamos esperar por um leito para a internação, já que um especialista teria que avaliar a situação”, explicou a mãe.
O relato de Camila detalha a frustração e a angústia enfrentadas durante a longa espera. “Às sete e meia da noite já estávamos esperando, e às dez horas ainda não havia nenhuma atualização. Minha filha estava sem comer, sem mamar e com frio. Fui informada de que não podia ir para casa pegar roupas para ela porque era perigoso, mas na prática ninguém estava tomando as medidas necessárias.”
A situação se tornou ainda mais crítica quando Camila descobriu que o hospital estava tentando encontrar uma vaga em Curitiba, embora não houvesse especialista disponível na unidade local para resolver o problema. “Ficamos esperando até às três da manhã, quando finalmente fomos informados de que estavam tentando uma vaga em Campo Largo. Enquanto isso, minha filha estava assustada e sem dormir”, contou.
Somente na manhã seguinte, com a troca de plantão, a nova equipe médica, foi que uma enfermeira tomou a iniciativa de fornecer alimentos e cuidados básicos à criança. “A Nelsi foi a única que se preocupou em trazer comida e fraldas, e foi a Stephanie quem insistiu para que o novo médico olhasse o nariz da minha filha. O médico, em poucos minutos, retirou a pedrinha com facilidade”, relatou Camila.
A mãe criticou a falta de ação e a desorganização no atendimento anterior, questionando a eficácia e a comunicação da equipe médica. “Fiquei perplexa ao ver que, após tantas horas de espera e sofrimento, o problema foi resolvido de forma tão rápida. A equipe anterior não parecia estar disposta a resolver a situação.”
Camila também relatou um episódio de hostilidade por parte de uma enfermeira após a divulgação de seu desabafo. “Ela foi rude e reclamou do meu relato. Em vez de entender a gravidade da situação, tentaram me silenciar”, disse a mãe.
O caso destaca a necessidade urgente de melhorias no atendimento de emergência e na comunicação entre a equipe médica e os pacientes, especialmente em situações críticas envolvendo crianças pequenas. A gestão do Hospital de São Mateus do Sul ainda não se pronunciou sobre as alegações feitas por Camila.
A equipe do Portal P97 entrou em contato com a Secretaria de Saúde do município para buscar esclarecimentos sobre o caso em questão. A seguir, divulgamos a nota de esclarecimento fornecida pela secretaria:
NOTA: A criança foi atendida a noite, pela médica plantonista, devido ser uma área delicada a profissional tentou remover, mas achou melhor encaminhar para otorrino infantil, cadastrando a criança na central de leitos de regulação visto que especialidades é responsabilidade do estado, aguardando assim a vaga, sendo a família informada pela equipe. Na manhã de hoje, segunda-feira, outro médico junto a equipe, reavaliou a criança, sendo que este fez nova tentativa de retirar, obtendo êxito . Importante reforçar que os profissionais avaliam a situação, e sempre na troca de plantão a conduta médica pode diferenciar. Sobre alimentação, é de conhecimento que o Pronto atendimento não possui oferta de alimentação, sendo que a família pode providenciar , conforme autorização da equipe. Diante de qualquer outro equivoco ou negligencia , orientamos a registrar na ouvidoria para providencias.