A equipe do Portal P97 recebeu o depoimento de uma mãe indignada com a falta de profissionais especializados na área de pediatria em São Mateus do Sul. A mulher que trabalha em um setor público do município, preferiu não se identificar, mas relatou com detalhes e imagens o sufoco que passou. Um incidente envolvendo um atendimento inadequado em uma unidade de pediatria gerou preocupação e indignação nessa família da localidade da Estiva.
No domingo, 8 de setembro, a mulher procurou o Pronto Atendimento (PA) com seu bebê, de 1 ano e cinco meses que apresentava sintomas graves de vômito, diarreia e febre. Após ser examinada, a criança recebeu uma receita para tratamento de garganta infeccionada e a família foi orientada a consultar um pediatra na segunda-feira (9) caso não houvesse melhora.
Na manhã de segunda-feira (09), a mãe compareceu à pediatria, mas foi informada de que não havia mais fichas disponíveis e que a consulta havia sido agendada para a 1h da tarde do mesmo dia. A recomendação era que, se a condição da criança não melhorasse até lá, ela deveria retornar ou aguardar uma possível vaga disponível. Ainda na manhã a mãe recebeu uma ligação informando que uma paciente não tinha comparecido, mas na sequência recebeu outra ligação que havia sido encaixada outra criança, mas o atendimento para seu filho continuou marcado para às 13h.
Ao chegar à pediatria, a mãe consultou com uma médica que não era especialista em pediatria. “Contei pra ela o que meu filho estava sentindo que era vômito diarreia e febre e que nada parava no estômago dele e que ele estava sem comer na segunda e sem mamar também, e contei que tinha trazido ele no PA no domingo e mostrei os remédios e falei que a médica do PA falou que ele estava com infecção na garganta”, relatou a mãe
A profissional diagnosticou a condição da criança como virose, em vez de infecção na garganta, como inicialmente apontado no PA. A médica recomendou paciência, pois a virose, segundo ela, não melhora de um dia para o outro. No entanto, a prescrição incluiu duas injeções, uma de Buscopan composto e outra de Plasil, apesar de a mãe ter informado que seu filho era alérgico à Dipirona e que ainda não havia feito teste para essa medicação.
“Algo me dizia para não dar as injeção nele, mais falei com meu marido e como não parava nada no estômago dele decidimos dar para ele melhorar… Então foi ai que todo o sufoco começou…. A enfermeira aplicou as injeção nele ele começou a chorar desesperado, quando ela aplicou a primeira beleza super bem, mais na segunda”, explicou.
A aplicação das injeções resultou em uma grave reação alérgica. “Sai da pediatria e ele começou gritar e chorar desesperado, gritando MAMÃE AIAIAI, então liguei pro meu marido desesperada e falei que o meu filho estava todo vermelho( fazia uns 10 minutos das injeção) corri para o PA novamente”, contou
No local a mãe contou que a equipe rapidamente identificou a reação alérgica à Dipirona e iniciou um tratamento de emergência com medicação intravenosa e soro para neutralizar os efeitos da reação.
No PA, o atendimento foi elogiado pela rapidez e eficiência das enfermeiras e do Dr. Marçal, que prestaram cuidados imediatos para estabilizar a criança. No entanto, a mãe expressou sua indignação com a qualidade do atendimento recebido na pediatria, questionando a presença de clínicos gerais em vez de pediatras especializados e destacando a discrepância nas medições da febre.
“Na pediatria mediram a febre dele e falaram que não estava com febre, chegando no PA a febre dele estava lá em cima, ai as enfermeira e o médico colocaram panos com água para ajudar baixar a febre e pano de álcool embaixo dos braços e nos pés. Agradeço de coração aos profissionais do PA pelo rápido atendimento e pela preocupação com meu filho porque eu estava desesperada, com medo de acontecer algo pior”, disse a mãe ao Portal P97
O caso levanta importantes questões sobre a adequação do atendimento pediátrico e a necessidade de garantir que profissionais qualificados estejam disponíveis para lidar com situações delicadas envolvendo crianças. A mãe agradeceu ao Pronto Atendimento pelo atendimento rápido e eficaz, expressando sua gratidão pelos profissionais de saúde que ajudaram a evitar um desfecho mais grave.
A situação destaca a importância de especialização no atendimento infantil e a necessidade de revisões nos procedimentos e na formação de profissionais em unidades de pediatria.
Deixamos o espaço aberto para explicações sobre do poder público sobre ações que serão tomadas para garantir a presença de pediatras e profissionais especializados e assim melhorar o atendimento infantil na cidade.