Apicultura em áreas urbanas gera renda e ajuda na preservação do meio ambiente
27 de outubro de 2021
- Atualizado há 5 meses atrás
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Por Redação 97
Foto: Karin Linete Hornes
Já pensou em ajudar o meio ambiente e ainda ganhar um dinheiro extra? As abelhas nativas, indígenas ou melíponas como são conhecidas estão se tornando muito atrativas para cultivo em áreas urbanas, praças, parques e até mesmo dentro de residências para ornamentação de jardins. Suas colônias são uma terapia para os observadores e ainda podem possibilitar uma fonte de renda através da comercialização de mel, pólen, própolis, geléia real e cera.
A apicultura é uma atividade sustentável que pode contribuir imensamente para a preservação do ecossistema, uma vez que as abelhas são a principal fonte de reprodução de algumas espécies o que beneficia a flora e por consequência a fauna. A Mata Atlântica, bioma de grande importância no estado do Paraná, representa até 90% das nossas matas e para manter ela, é necessária a sobrevivência das abelhas nativas. Além disso, estima-se que 75% dos alimentos consumidos pela pessoas, dependem deste ser vivo.
Uma pesquisa desenvolvida pela Royal Society B em 2018, descobriu algo surpreendente. Segundo o estudo, as abelhas que vivem em áreas urbanas são já comprovadamente mais saudáveis que as que vivem na área rural, uma vez que suas colônias tendem a ser maiores. A alimentação das mesmas é mais abundante devido a variedade de flores do meio urbano e ainda, verificou-se que as mesmas são menos propensas a doenças.
A comercialização e produção de mel pelas abelhas sem ferrão tem padrões estabelecidos na resolução Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA-52), de 03 de outubro de 2017 que garantem os benefícios desse produto bem como a segurança alimentar do seu consumidor. A captura para criação das melíponas pode ser feita em troncos velhos de árvores caídas sobras de construções, e através de iscas confeccionadas em garrafas pet’s recicláveis.
A resolução N° 346 de 06 de julho de 2004 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), estabelece a regularização para esse tipo de comércio, bem como a obtenção de colônias adquiridas por produtores autorizados. As vantagens de cultivar abelhas nativas em áreas urbanas são várias: desde a ocupação de pequenos espaços o que facilita a colocação de um maior número de colmeias, diferentemente das africanizadas que necessitam de muito espaço para se reproduzirem.
Se tratando de melíponicultura em área urbana, um dos principais benefícios a ser destacado, é a polinização realizadas pelas abelhas nativas, isso possibilita a propagação de árvores, devido à alta produtividade de frutos. O mel nativo, também pode ser utilizado em receitas, chás e como adoçante, sem falar dos benefícios da própolis, que pode ser utilizado como remédio para doenças respiratórias.
Infelizmente, devido ao uso excessivo de agrotóxicos, mudanças climáticas, aumento de parasitas, monocultura, desmatamento, queimadas e a própria urbanização que vem substituindo as matas, deixando as abelhas sem ferrão desabrigadas e famintas, fadadas a vagar pela cidade e por ventura morrer sendo extinguidas dos seus hábitats naturais.
Mercado do Mel
Sobre o mel, é possível encontrar o produto com variações de preço entre 30 e 120 reais segundo o site abelha.org.br, devido a textura e poder medicinal, em relação à sabores, temos méis doces e ácidos, como é o caso da M. scutellariss, conhecida como Uruçu-nordestina ou verdadeira, cujo mel apresenta um pH de 3,15. Para os interessados no assunto, que queiram saber mais sobre o tema, pode entrar em contato com a Associação Paranaense de Apicultores (APA), com sede na capital Curitiba. O telefone de contato da APA é: (41) 3256-0504.
Texto e pesquisa de Hueinen Machado e Renata Donato, com orientação da Professora Doutora do departamento de geografia da UEPG, Karin Linete Hornes.