O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin e candidato por duas vezes a presidência da república (2006 e 2018) anunciou nesta quarta-feira (15/12) a desfiliação do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O, agora ex-tucano, não se filiou, ainda, a uma nova sigla que pode (e tende em ser) o PSD, comandado por Gilberto Kassab, que articula no cenário político o espaço na vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Após mais de 33 anos no PSDB, praticamente desde a fundação e sigla que o colocou na vice de Mário Covas (depois governador por quatro mandatos), agora Alckmin procura novo partido para disputa eleitoral de 2022. O fato novo que pode surgir é uma aliança nacional justamente com um de seus históricos adversário políticos: Lula. Obviamente se abarcar no PSD e compor com o ex-presidente.
Geraldo Alckmin atribuiu, em 30 de janeiro de 2016 durante uma entrevista coletiva à imprensa, suspeita de crime ao petista e partido. “Eu acho que o Lula é o PT. O Lula é o retrato do PT, partido envolvido em corrupção, sem compromisso com as questões de natureza ética, sem limites. É muito triste o que estamos vendo. […] O que a sociedade espera é que seja apurado com absoluto rigor e se faça justiça”, afirmou.
Nessa época, o ex-presidente e a ex-primeira-dama foram intimados pelo Ministério Público de São Paulo a depor sobre um apartamento no Guarujá. Lula negou qualquer ilícito envolvendo o imóvel e disse repudiar “qualquer tentativa de envolver seu nome em atos ilícitos investigados na chamada Operação Lava Jato”. Essas declarações foram expostas publicamente pela assessoria do Instituto Lula.
Inclusive, o Instituto Lula, por meio de sua assessoria de imprensa, rebateu as críticas feitas com acusações a Alckmin. “Seria mais proveitoso para a população de São Paulo se o governador explicasse os desvios nas obras do metrô e na merenda escolar, a violência contra os estudantes e os números maquiados de homicídios no Estado, ao invés de tentar desviar a atenção para um apartamento que não é e nunca foi de Lula”.
Ao anunciar a desfiliação do PSDB, pelo Twitter, incita nova postura. “É um novo tempo! É tempo de mudança! Nesses mais de 33 anos e meio de trajetória no PSDB procurei dar o melhor de mim. Um soldado sempre pronto para combater o bom combate com entusiasmo e lealdade. Agora, chegou a hora da despedida. Hora de traçar um novo caminho”, descreve a conta da rede social.
Alckmin, sobre novo partido, disse que “anunciará os próximos passos em breve.” A saída era tida como certa por analistas políticos. Até pela perda de espaço dentro do PSDB que deve indicar Rodrigo Garcia, atual vice-governador de João Doria para o governo paulista. A dúvida política é se o ex-governador tenta o retorno ao executivo de São Paulo ou se alia (a quem chamou de corrupto e trocou acusações) Lula e PT.
Da redação com informações do PSDB, Geraldo Alckmin e Agência Brasil e imagem Agência Brasil.