A morte brutal da pequena Vitória de Borba Felisberto, de apenas dois anos, na manhã de quinta-feira (11), em Balneário Gaivota, extremo sul de Santa Catarina, chocou a comunidade e trouxe à tona um cenário de dor, perplexidade e dúvidas. A mãe, Vanessa Oliveira de Borba, foi presa em flagrante pelo crime de homicídio doloso e o caso é investigado como resultado de um possível surto psicótico grave.
Segundo o delegado Jorge Giraldi, responsável pelo caso, a cena encontrada dentro da residência era de extrema violência:
“Foi um corte muito profundo, uma situação que nos abalou muito. Aquela criança estava em cima da mesa, com o pescoço praticamente esgorjado. A mãe simplesmente não sabe o que aconteceu”, relatou o delegado.
A menina foi encontrada morta sobre a mesa da cozinha, com um ferimento profundo no pescoço que quase causou a decapitação.
“Não lembro de nada”
Durante o depoimento, Vanessa contou que havia preparado a comida da filha mais nova e, em seguida, passou a alimentar a filha mais velha, de aproximadamente 20 anos, que possui deficiência intelectual. As duas estavam sozinhas no momento do crime. A mãe afirmou que não se recorda do que ocorreu em seguida.
“Ela gritou, chamou o marido e ele perguntou: ‘O que você fez?’. Ela disse: ‘Não sei’”, completou o delegado Giraldi.
Uma psicóloga da Delegacia da Mulher acompanhou a suspeita por mais de uma hora, mas a mulher continuou sem apresentar lembranças claras do ocorrido.
Família devastada
O crime abalou profundamente a família. O filho mais velho teria socado um espelho em meio ao desespero, ferindo gravemente a mão. Já o pai entrou em estado de choque e, segundo informações, chegou a tentar tirar a própria vida.
Histórico de depressão sem tratamento
As investigações apontam que Vanessa sofria de depressão há anos, mas não realizava acompanhamento médico nem utilizava medicamentos controlados. A Polícia Civil descartou envolvimento com drogas, seitas ou indícios de premeditação:
“Ela não apresenta histórico médico recente, nem fazia uso de medicamentos. Não havia drogas, mensagens suspeitas no celular que indicassem alguma seita, nada do tipo. Só nos resta uma possibilidade: ela não estava em sã consciência”, destacou o delegado.
Exame de sanidade mental
Diante dos indícios, a Polícia Civil solicitou um exame de sanidade mental para verificar se a mãe tinha plena consciência de seus atos no momento do crime.
“Não podemos crucificar essa mãe agora. Vamos deixar que a Justiça e os especialistas falem. Mas tudo indica um episódio psicótico grave”, afirmou Giraldi.
Vanessa permanece presa e será submetida a avaliação psiquiátrica. A tragédia deixou a família destruída e a comunidade de Balneário Gaivota em estado de choque diante da violência.
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