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Pai atípico de São Mateus do Sul mostra, na prática, que presença e amor constroem a verdadeira paternidade

Cleverson, um pai além dos limites: “Ele esteve presente quando muitos teriam desistido”. Na contramão dos estereótipos, ele se doa, sustenta, cuida e emociona com sua dedicação diária as filha

10 de agosto de 2025 - Atualizado mês passado
6 minutos de leitura

Por P97

Pai atípico de São Mateus do Sul mostra, na prática, que presença e amor constroem a verdadeira paternidade

Neste Dia dos Pais, o Portal P97 compartilha uma história real e inspiradora de São Mateus do Sul. Por meio de uma homenagem feita pela esposa, conhecemos um pai que se destaca pela presença e entrega diária na criação das duas filhas, sendo uma delas atípica. Em palavras cheias de carinho, ela revela o quanto ele se doa todos os dias, mostrando que ser pai é estar por inteiro — um compromisso vivido no cotidiano, com amor sem medida.

Em um mundo onde ainda é raro ver pais plenamente presentes, Cleverson Pereira Dias é a exceção que inspira. Morador do Parque das Tamareiras, em São Mateus do Sul, ele é marido de Simony de Camargo e pai de duas meninas: Eloá, de 5 anos e 10 meses, e Elisa, de 1 ano e 10 meses. Mas sua história vai além da paternidade comum. Ao lado de Simony, ele trilha uma jornada marcada pela fé, resiliência e, acima de tudo, amor incondicional.

Cleverson, Eloá e Elisa

Eloá, a filha mais velha do casal, nasceu com uma condição rara: trissomia do cromossomo 8, conhecida como síndrome de Warkany, além de autismo. Seu nascimento, ainda na gestação, foi um divisor de águas para a família, que já enfrentava uma gravidez com complicações e incertezas.

“Desde o início ele estava comigo em tudo. Nas primeiras consultas, nos exames, nas notícias difíceis. E quando a médica suspeitou de hidrocefalia e os rins começaram a dilatar, ele não arredou o pé. Estava lá, firme”, conta Simony.

A chegada da Eloá: silêncio, urgência e luta

Eloá nasceu numa manhã de setembro de 2019. O parto precisou ser cesariana de urgência. Simony se lembra com exatidão do momento em que soube que algo não estava bem: “Eu estranhei que demoraram pra me mostrar ela, e não escutei o choro. Foi ali que o medo tomou conta.”

Ela foi direto para a UTI. Em pouco tempo, os médicos inundaram Cleverson com informações duras: possível síndrome de Patau, baixa expectativa de vida, muitas anomalias físicas visíveis ao nascer. “Ele ficou com essa carga sozinho por dias. Quando a neuro disse que nossa filha não sobreviveria, ele escolheu não me contar. Guardou pra ele, pra tentar me proteger”, relata Simony, emocionada.

E durante os 31 dias que Eloá passou internada na UTI neonatal, Cleverson esteve ali — ora dormindo em cadeiras, ora se revezando com familiares — mas nunca ausente.

Presença rara, dedicação diária

O diagnóstico final só veio com quase um ano de vida: a síndrome de Warkany, e não a de Patau como inicialmente informado. “Foi um alívio e, ao mesmo tempo, um novo começo. Uma vida inteira de terapias, cirurgias, desafios e aprendizados”, diz a mãe.

Enquanto muitas mães de crianças atípicas relatam jornadas solitárias, Simony não hesita em reconhecer a presença ativa e constante do companheiro. “Ele sempre fez muito além do que é comum. Trocava fralda, dava banho, acordava de madrugada, acompanhava nas consultas, segurava minha mão quando eu desmoronava. Ele é o pai que todo filho merece, e o marido que toda mulher precisaria ao lado numa jornada como essa”, disse Simony relatando todo esforço e dedicação do marido todos esses anos.

Mesmo nos momentos em que a rotina pesava, como as noites mal dormidas, episódios de vômito causados pela sonda de alimentação ou crises convulsivas de Eloá, Cleverson estava lá. “Não havia espaço pra ego ou desculpas. Ele dizia ‘vamos’ e a gente ia. Pra Curitiba, pro hospital, pra onde fosse”, relembrou a mãe.

Pai em todas as fases

Família a espera da Elisa

A família cresceu com a chegada inesperada de Elisa, em 2023, que trouxe uma nova maternidade e paternidade ao casal — agora também com uma filha típica. Mas o comprometimento de Cleverson não mudou.

“Mesmo cansado do trabalho, ele dava mamadeira, ficava com as meninas, dividia o que podia comigo. Eu pude fazer bariátrica, passei por internações, tive complicações, e em nenhum momento ele hesitou. Ele sempre esteve lá, pelas meninas, por mim, por nós.”

Simony relata um episódio marcante: quando Eloá precisou de uma cirurgia no céu da boca em Curitiba e ela, ainda em recuperação pós-cirúrgica, não podia acompanhá-la. “Ele foi sozinho com ela. E no hospital, as enfermeiras perguntaram: ‘Cadê a mãe da criança?’. Porque ainda é raro ver um pai ocupando esse espaço. Mas ele ocupa. Ele é esse pai.”

A paternidade que sustenta

“Se a maternidade está pesada, é porque a paternidade está leve.” Essa frase, tão compartilhada por mães, encontra em Cleverson a sua antítese.

Elisa e Eloá

“Minha maternidade, mesmo sendo atípica, nunca foi solitária, porque ele levou a paternidade a ferro e fogo. A gente se reveza, a gente se apoia, a gente enfrenta. Ele é o que mantém essa estrutura em pé”, declara Simony com firmeza.

Um pai presente muda tudo

Neste Dia dos Pais, a história de Cleverson Pereira Dias é uma homenagem a todos os pais que escolhem estar, que não fogem à luta, que sustentam seus lares com presença e cuidado, que dividem e não apenas ajudam.

Para Simony, não há dúvidas: “Ele é mais que pai. É porto seguro, é colo, é coragem, é constância. Ele não apenas sonhou com a Eloá — ele está construindo, todos os dias, o melhor mundo possível pra ela. E agora pra Elisa também. Ele é o nosso tudo”, afirmou.

A equipe do Portal P97 parabeniza todos os pais que, assim como o protagonista desta história, vivem a paternidade com amor, presença e dedicação. Que neste Dia dos Pais, sejam reconhecidos não apenas com palavras, mas com gestos que valorizem tudo o que representam na vida de seus filhos.

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