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Homem forja próprio sequestro e pede ‘resgate’ ao pai: mensagens ameaçavam enviar dedos à família

9 de julho de 2025 - Atualizado há 3 meses atrás
12 minutos de leitura

Por P97

Homem forja próprio sequestro e pede ‘resgate’ ao pai: mensagens ameaçavam enviar dedos à família

O pai do homem que forjou o próprio sequestro – e pediu um “resgate” de R$ 180 mil – recebeu mensagens com ameaças. Em uma delas, os supostos sequestradores diziam que iriam enviar os dedos do filho à família se o pagamento não fosse feito.

O caso foi registrado em Apucarana, no norte do Paraná. Segundo a Polícia Civil (PC-PR), o filho fingiu ter sido vítima de sequestro para extorquir dinheiro do pai. O filho foi preso em flagrante. Durante o depoimento à polícia, negou o crime e foi liberado depois da audiência de custódia.

Os nomes dos envolvidos não serão divulgados para proteger a identidade do pai, que foi vítima de crime.

“[…] a gente vai mandando 1 dedo do cara pra vcs [vocês] por dia”, o suspeito disse ao pedir o valor, enquanto afirmava que não iria aceitar menos do que havia pedido.

 

Troca de mensagens mostra criminoso pedindo R$ 180 mil para "resgate". — Foto: Reprodução

Troca de mensagens mostra criminoso pedindo R$ 180 mil para “resgate”. — Foto: Reprodução

A polícia ainda não sabe se a conversa foi conduzida pelo filho ou por um terceiro. Entretanto, o delegado André Garcia, à frente do caso, disse que o aparelho usado para fazer contato com o pai foi encontrado nas mãos do filho no momento da prisão.

Os prints foram registrados em boletim de ocorrência no dia 3 de julho e a prisão aconteceu na sexta-feira (4) na zona rural de Cambira, no distrito Sete de Maio, depois da denúncia do pai. De acordo com o delegado, a vítima começou a negociar com o falso sequestrador em 30 de junho.

No outro print, criminoso que diz que iria forjar troca de tiros e matar o filho da vítima. — Foto: Reprodução

No outro print, criminoso que diz que iria forjar troca de tiros e matar o filho da vítima. — Foto: Reprodução

Em outro momento, ele disse que a vítima não deveria registrar boletim de ocorrência sobre sequestro, ameaçando matar o filho.

Também foi enviada uma foto do filho com capuz e mãos amarradas em uma cadeira, como prova de que ele estava vivo.

Suspeito enviou foto para "provar" que filho estava vivo. — Foto: Reprodução

Suspeito enviou foto para “provar” que filho estava vivo. — Foto: Reprodução

A descoberta da mentira

Os policiais descobriram que se tratava de uma mentira após chegarem ao falso cativeiro e encontrarem o filho deitado na cama e mexendo no celular.

“Ele [pai] passou as informações e fomos investigar imediatamente, considerando o caso como um sequestro. Em menos de 24 horas, nós descobrirmos quem estava mandando as mensagens e onde ele estava, que era o falso cativeiro onde ele foi fotografado. Para a nossa surpresa não era um sequestro e sim uma farsa, que caracteriza o crime de extorsão com a participação do próprio filho”, explicou o delegado.

O dono da casa, que não teve o nome divulgado, também foi preso. O delegado disse que os dois vão responder pelo crime de extorsão – que tem pena de reclusão de quatro a 10 anos e multa.

Após a audiência de custódia, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) recomendou que os dois respondam em liberdade, porque o crime “não foi praticado com violência e os antecedentes dos noticiados não possuem relação” com a ação registrada.

A recomendação foi acolhida pela Justiça, que estabeleceu fiança de R$ 1.500 ao filho e uso de tornozeleira eletrônica. Ao dono da casa, não foram impostas medidas.

Investigação

A investigação mostrou que o proprietário da casa sabia do golpe e havia permitido que o rapaz ficasse no endereço, desde o dia 30 de junho, em troca de um pagamento.

O delegado informou que outras duas pessoas foram identificadas como participantes do crime, mas até o momento não foram encontradas.

O filho prestou depoimento e, segundo o delegado, insistiu na versão de que tinha sido sequestrado e falou, ainda, que os sequestradores eram policiais militares do estado de São Paulo e que o suposto “cativeiro” estava sendo vigiado por drones.

Garcia explicou que o homem é usuário de cocaína e a suspeita é de que uma dívida com traficantes tenha motivado o crime. O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil do Paraná.

Fonte: G1

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