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Rodovia da morte: estatisticamente, a cada duas semanas, uma vida é interrompida na BR-476 em 2025

De 2020 até 7 de abril de 2025, a BR-476 registrou uma morte a cada 22 dias, em média. Isso dá uma dimensão mais técnica e impactante da gravidade da situação na rodovia.

10 de abril de 2025 - Atualizado há 4 minutos atrás
6 minutos de leitura

Por P97

Rodovia da morte: estatisticamente, a cada duas semanas, uma vida é interrompida na BR-476 em 2025

Fotos: P97

Um levantamento, realizado a pedido da equipe do Portal P97 e com base em dados oficiais da Polícia Rodoviária Federal (PRF), revela um cenário alarmante no trecho da BR-476, entre os quilômetros 228 e 359. Esse trecho abrange os municípios de São Mateus do Sul, Paulo Frontin, Paula Freitas e União da Vitória. Entre 2020 e abril de 2025, a rodovia registrou 604 acidentes, dos quais 208 foram classificados como graves e 73 resultaram em mortes. Durante o mesmo período, 86 pessoas perderam a vida e outras 640 ficaram feridas. A rodovia, que deveria representar um corredor de desenvolvimento e integração regional, tornou-se, na prática, um símbolo de dor e insegurança.

ESTATÍSTICAS DE SINISTRALIDADE POR ANO DE 2020 A 2025

BR-476 ENTRE KM 228 E 359

FONTE: SISTEMA LPAT PRF

PARÂMETRO ANO
2020 2021 2022 2023 2024 2025*
Total Acidentes 163 119 101 99 102 20
Acidentes graves 53 38 31 44 33 9
Acidentes com vitima morta 17 17 12 15 9 3
Pessoas Feridas 146 109 112 113 124 36
Pessoas Mortas 19 20 13 15 12 7

*Dados consolidados até 07/04/2025

Trechos mais perigosos, segundo o relatório da PRF

Segundo os dados repassados pela PRF à equipe do Portal P97, a maior concentração de acidentes ocorre em trechos urbanos ou de entroncamento rodoviário. Destaque para os seguintes pontos críticos:

  • Km 234 a 236
  • Km 245 a 247
  • Km 266 a 270
  • Km 300 a 305

O relatório repassado à equipe do Portal P97 revela informações importantes sobre os horários e dias com maior incidência de acidentes. A análise temporal aponta que os acidentes graves se concentram entre 16h e 20h, especialmente no entardecer e início da noite, quando as condições de visibilidade são reduzidas. Além disso, os fins de semana, especialmente os sábados e domingos, lideram o ranking de dias mais letais, o que está relacionado ao maior fluxo de veículos devido a viagens intermunicipais e atividades de lazer.

Fotos: P97

Os dados apresentam ainda: Tipos de acidentes que mais mataram na BR-476

Entre os tipos de acidentes, a colisão frontal é, disparadamente, a mais comum e letal sendo 56 delas, seguida dos acidentes tipo saída de pista que foram 49; colisão traseira, 29; colisão transversal, 22; e colisão lateral em sentido oposto com 21 ocorrências.

Esses cinco tipos juntos são responsáveis por quase todos os registros de óbitos na rodovia. Só as colisões frontais mataram 20 pessoas no período analisado.

Outros tipos de acidentes, como tombamentos, capotamentos e atropelamentos, ocorrem com menor frequência, mas também geram vítimas graves. Além disso, foram registrados casos de incêndios veiculares, engavetamentos e quedas de ocupantes, embora em número reduzido.

Panorama por ano

O número total de acidentes vem caindo desde 2020, mas os dados parciais de 2025 já indicam uma tendência preocupante, com 20 acidentes registrados em apenas três meses. Confira o histórico:

Ano Total de Acidentes Acidentes Graves Mortes Feridos
2020 163 53 19 146
2021 119 38 20 109
2022 101 31 13 112
2023 99 44 15 113
2024 102 33 12 124
2025* 20 9 7 36
Total 604 208 73 640

*Dados de 2025 consolidados até 7 de abril.

Um retrato da tragédia evitável

As estatísticas com os dados fornecidos pela PRF são claras: a BR-476 precisa de atenção imediata. A ausência de investimentos e a negligência histórica colocam diariamente em risco motoristas, motociclistas e pedestres. As mortes não são apenas números, mas sim histórias interrompidas, famílias destruídas e comunidades em luto.

O trecho entre São Mateus do Sul e União da Vitória clama por duplicação, obras estruturais e políticas públicas firmes. Mobilizações da sociedade civil, como a programada para este sábado (12), no trevo de Paulo Frontin, reforçam o grito por segurança. A rodovia não pode continuar sendo sinônimo de insegurança e abandono.

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