Saúde

Pesquisadores da USP identificam gene que pode proteger contra a Covid-19

Foram analisados 86 casais e, em seis deles, um dos cônjuges não apresentou nenhum sintoma da doença mesmo em contato direto com o parceiro infectado.

2 de dezembro de 2024 - Atualizado ontem
4 minutos de leitura

Por P97

Pesquisadores da USP identificam gene que pode proteger contra a Covid-19

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram identificar o gene que pode ser o responsável por proteger o organismo contra a Covid -19.

O resultado do estudo foi publicado na revista científica Frontiers in Cellular and Infection Microbiology e divulgado pela Agência Fapesp nesta segunda-feira (2).

Na pesquisa, foi analisado o material genético de 86 casais ao longo da pandemia. Em apenas seis casos, um dos cônjuges não apresentou nenhum sintoma da doença mesmo em contato direto com o parceiro infectado pelo SARS-CoV-2.

A partir do estudo das células do sangue desses casais, chamados de sorodiscordantes, foi constatado que quem ficou resistente ao vírus tinha uma expressão (ativação) aumentada do gene IFIT3 (sigla em inglês para proteína induzida por interferon com repetições de tetratricoptídeo 3) em comparação ao parceiro.

Curiosamente, todas as pessoas não infectadas eram mulheres, mas não há comprovação de que o sexo tenha relação com o desenvolvimento de resistência.

Segundo o pesquisador Mateus Vidigal, primeiro autor do artigo, o IFIT3 já é relacionado à proteção contra outras doenças virais, como dengue e hepatite B.

Em nosso trabalho, conseguimos, pela primeira vez, provar esse efeito protetor para além da teoria, pois é muito improvável que as seis mulheres não tenham sido expostas ao SARS-CoV-2 numa condição em que dividiram ambientes e cuidaram dos maridos infectados.
— Mateus Vidigal, em entrevista à Agência Fapesp

De acordo com Vidigal, o gene atua impossibilitando a replicação do RNA do vírus.

“O vírus invade a célula, porém, todo aquele processo de se replicar para romper a membrana celular e invadir o maior número possível de outras células é interrompido logo no começo. A proteína IFIT3 se ‘gruda’ no RNA viral, impossibilitando sua replicação. Ou seja, não é que essas mulheres não tenham sido infectadas. Elas foram, mas o vírus mal se multiplicou dentro de suas células e, por isso, elas não tiveram a doença”, disse.

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